Skip to content
Menu
Theravada
  • Início
  • News
  • Fundamentos
  • Livros
  • Cânticos
  • Galeria
  • Links
  • Dana
  • Fotos
    • Monges
    • Selos
    • Mosteiros
  • Sobre
Theravada

Visão Budista da Felicidade

Posted on 19/06/202519/06/2025 by Edmir Ribeiro Terra

Matthieu Ricard (monge Tibetano)

A grande maioria das palavras europeias para “Feliz” originalmente significava “sortudo” (com exceção do galês, onde o termo usado significava “sábio”). Uma pessoa feliz era vista como alguém que se beneficiava de um destino favorável e de circunstâncias propícias. De fato, instintivamente, a maioria das pessoas projeta suas esperanças e medos no mundo exterior.

Nas sociedades ocidentais modernas, a felicidade é frequentemente associada à maximização do prazer, e alguns imaginam que a verdadeira felicidade consistiria em uma sucessão ininterrupta de experiências prazerosas. Isso parece mais uma receita para o esgotamento do que para a felicidade genuína, e está muito distante da noção budista de “sukha”, que se refere a um modo de ser ideal, um estado mental profundamente saudável que permeia todas as emoções, abrangendo tanto alegrias quanto tristezas. Sukkha é, portanto, um bem-estar duradouro que surge quando nos libertamos da confusão mental e das emoções perturbadoras. É também a sabedoria que nos permite ver o mundo sem distorções. Por fim, é a alegria de caminhar em direção à liberdade interior e à bondade e compaixão que irradiam para os outros.

No budismo, a palavra “realidade” denota a verdadeira natureza das coisas, não distorcida pelas construções mentais que impomos a ela. Essas construções criam uma separação entre nossa percepção e a realidade, gerando um conflito interminável com o mundo. Tomamos como permanente o que é transitório, como felicidade o que é apenas fonte de sofrimento, e imaginamos um “EU” independente entre os agregados do corpo e da Mente.

Sob a influência de hábitos mentais, percebemos o mundo exterior como uma série de entidades autônomas, atribuindo-lhes características que acreditamos serem intrínsecas. Esse engano, chamado de ignorância no budismo, gera apego e aversão, levando ao sofrimento. O saṁsāra, o ciclo de ignorância e sofrimento, não é uma condição inerente da existência, mas um universo mental baseado em nossa percepção equivocada da realidade.

O mundo das aparências surge da interação de infinitas causas e condições em constante mudança. Como um arco-íris que se forma quando o sol brilha na chuva e desaparece quando suas causas cessam, os fenômenos existem de modo interdependente, sem existência autônoma ou permanente. Tudo é relação; nada existe por si só. Quando esse princípio é compreendido, a percepção distorcida dá lugar a uma visão clara da natureza da realidade e do ser – uma sabedoria que não é mera especulação filosófica, mas uma transformação interior que dissolve a confusão mental e as emoções aflitivas, eliminando as causas do sofrimento.

Todo ser tem o potencial para a felicidade e a perfeição, assim como toda semente de gergelim contém óleo. Ignorância, nesse contexto, é não reconhecer esse potencial, como um mendigo que desconhece o tesouro sob sua cabana. Compreender nossa verdadeira natureza e acessar essa riqueza interior nos permite viver com plenitude. É o caminho mais seguro para a serenidade e para o florescimento do altruísmo genuíno.

No entanto, a felicidade não surge simplesmente por desejo ou prece. Não é um presente concedido pelo acaso e revogado pela sorte. A felicidade é uma habilidade que demanda esforço e tempo.

Por mais que as condições externas influenciem, o sofrimento e o bem-estar são, em essência, estados Mentais. É a mente que transforma circunstâncias em felicidade ou miséria. Buscar a felicidade não significa ignorar a dor ou ver o mundo através de lentes cor-de-rosa, mas purificar a mente de toxinas como o ódio, o Desejo compulsivo e, sobretudo, a Ignorância.

Ninguém acorda de manhã pensando: “Gostaria de poder sofrer o dia todo, e se possível a vida toda”. Todos nos esforçamos, consciente ou inconscientemente, com competência ou desajeitadamente, para ser mais felizes e sofrer menos. No entanto, frequentemente confundimos felicidade genuína com a mera busca por prazeres momentâneos. Imaginar a felicidade como a realização de todos os nossos desejos – e, sobretudo, vê-la de forma exclusivamente egocêntrica – é confundir a legítima aspiração por realização interior com uma utopia que inevitavelmente leva à frustração. A verdade é que, sem paz interior e sabedoria, nos falta o essencial para sermos felizes. A felicidade é um estado de plenitude interna, não a satisfação de desejos infinitos por coisas externas. Como diz o provérbio tibetano: “Buscar felicidade fora de nós é como esperar a luz do sol em uma caverna voltada para o norte”. Nossos desejos são ilimitados, enquanto nosso controle sobre o mundo é limitado, temporário e, na maioria das vezes, ilusório. Se, por outro lado, a felicidade depende de condições internas, cabe a cada um de nós reconhecê-las e cultivá-las. A felicidade não nos é dada, nem a miséria imposta. A cada momento, estamos numa encruzilhada e devemos escolher nosso caminho.

Nossa felicidade depende da dos outros

Entre todas as formas cegas e extremas que usamos para buscar felicidade, o egocentrismo é uma das mais infrutíferas. A busca egoísta pela felicidade está condenada ao fracasso – é um jogo onde todos perdem, onde nos tornamos infelizes e criamos miséria ao nosso redor. Isso não significa que devamos negligenciar nossa própria felicidade. Nosso desejo de ser feliz é tão legítimo quanto o de qualquer outro. O objetivo é um profundo estado de bem-estar e sabedoria em todos os momentos, aliado a um amor por todos os seres sencientes – não aquele amor individualista que a sociedade moderna nos impõe. A verdadeira felicidade brota de uma bondade essencial que deseja sinceramente que todos encontrem significado em suas vidas.

Felicidade e prazer

O erro mais comum é confundir prazer com felicidade. O prazer é fugaz, dependente de circunstâncias específicas, de um lugar ou momento particular. Por natureza é instável, e a sensação que provoca logo se torna neutra ou até desagradável. Quando repetido, pode tornar-se insípido ou mesmo causar repulsa; saborear uma refeição deliciosa traz prazer genuíno, mas ficamos indiferentes após nos saciarmos, e sentiríamos nojo se continuássemos a comer.

O prazer consome-se como uma vela que se queima. Está quase sempre ligado a uma atividade e, quando repetido, naturalmente leva ao cansaço. Ouvir uma bela música exige um mínimo de atenção que não pode ser mantido indefinidamente. Se obrigados a ouvi-la por dias, tornar-se-ia insuportável.

Além disso, o prazer pode estar associado à crueldade, violência, orgulho, ganância e outros estados mentais incompatíveis com a Felicidade verdadeira.

Diferentemente do prazer, a felicidade autêntica pode ser influenciada pelas circunstâncias, mas não depende delas. Na verdade, nos dá recursos internos para lidar melhor com essas circunstâncias. Não se transforma em seu oposto, mas perdura e cresce com a experiência. Proporciona uma sensação de realização que, com o tempo, torna-se natural.

Em resumo, não há relação direta entre prazer e felicidade. Essa distinção não significa que devamos evitar prazeres. Não há razão para renunciar ao encanto de uma paisagem magnífica, ao mergulho no mar ou ao perfume de uma rosa, desde que não nos alienem. Os prazeres só se tornam obstáculos quando contaminados pelo apego, gerando dependência e limitando nossa liberdade interior.

Assim, compreendemos que mesmo experiências dolorosas – como a tristeza diante de uma tragédia, injustiça ou massacre – não são incompatíveis com a compaixão, com um senso de propósito, com força interior e com a determinação de construir um mundo melhor. Mesmo na dor, podemos continuar buscando uma vida significativa e construtiva – o que caracteriza a felicidade genuína.

Sofrimento

Assim como distinguimos entre felicidade e prazer, devemos diferenciar aflição de sofrimento. Enfrentamos aflições, mas criamos nossa própria infelicidade. A palavra sânscrita dukkha, oposto de sukkha, não designa apenas uma sensação desagradável, mas reflete uma vulnerabilidade fundamental à dor que pode, em última instância, levar ao desencanto com a vida, à sensação de que viver não vale a pena quando não encontramos significado nela.

O sofrimento pode ser desencadeado por inúmeras causas – algumas sobre as quais temos algum controle, outras completamente fora de nosso alcance. Nascer com uma deficiência física ou mental, adoecer, perder um ente querido ou ser apanhado numa guerra ou desastre natural são eventos que fogem ao nosso domínio. A infelicidade, porém, é algo distinto: trata-se de como vivenciamos esse sofrimento. Embora possa estar associada à dor física ou moral causada por condições externas, a infelicidade não está intrinsecamente ligada a elas.

Assim como é a Mente que transforma o sofrimento em infelicidade, cabe igualmente à mente dominar sua percepção desse processo. Uma mudança, mesmo mínima, em como administramos nossos pensamentos e interpretamos o mundo pode alterar profundamente nossa existência.

O budismo também aborda uma forma generalizada de sofrimento que emerge da cegueira de nossas próprias mentes – sofrimento que persiste enquanto permanecermos presos à ignorância e ao egoísmo. Nossa confusão, nascida da falta de discernimento e sabedoria, nos impede de ver claramente o que devemos fazer ou evitar para que nossos pensamentos, palavras e ações gerem felicidade em vez de sofrimento.

Existe alguma maneira de acabar com o sofrimento? Segundo o budismo, o sofrimento sempre existirá como fenômeno universal, mas cada indivíduo possui o potencial de libertar-se dele. No entanto, essa perspectiva não leva o budismo à visão defendida por certos filósofos ocidentais, para quem o sofrimento seria inevitável e a felicidade inatingível. A razão é simples: a infelicidade tem causas identificáveis que podem ser enfrentadas.

O primeiro erro é acreditar que a infelicidade é inevitável por ser resultado da vontade divina ou de algum princípio imutável, permanecendo assim para sempre fora de nosso controle. O segundo erro baseia-se na noção infundada de que a infelicidade não tem causa identificável, surgindo aleatoriamente sem relação conosco. O terceiro erro radica num fatalismo confuso que assume que, independente da causa, o efeito será sempre o mesmo.

Se a infelicidade tivesse causas imutáveis, jamais poderíamos escapar dela. Se não houvesse cura para o sofrimento, seria inútil exacerbá-lo com preocupações. Seria melhor aceitá-lo plenamente e buscar distrações para amenizá-lo.

Mas tudo o que ocorre tem uma causa. Que inferno não começa com uma faísca? Que guerra não surge de pensamentos de ódio, medo ou ganância? Que dor interior não brotou do solo fértil da inveja, animosidade, vaidade ou, mais fundamentalmente, da ignorância? Toda causa ativa é por natureza mutável; nada existe de forma autônoma e imutável.

A felicidade genuína resulta da criação de novas causas através do cultivo de qualidades fundamentais como amor altruísta, compaixão, paz interior, força e liberdade. Diferente do prazer – que é extremamente vulnerável a circunstâncias externas – a verdadeira felicidade nos fornece recursos para lidar com os altos e baixos inevitáveis da vida.

Todos temos o potencial de dissipar os véus da ignorância, purificar-nos do egoísmo e dos desejos equivocados que geram infelicidade, trabalhar pelo bem dos outros e extrair a essência de nossa condição humana. Não é a magnitude da tarefa que importa, mas a magnitude de nossa determinação.

As Quatro Nobres Verdades do Sofrimento

Há mais de 2.50 anos, sete semanas após atingir a iluminação sob a árvore Bodhi, Buda proferiu seu primeiro sermão no Parque dos Cervos, próximo a Varanasi. Ali, ele ensinou as Quatro Nobres Verdades. A primeira verdade é a verdade do sofrimento. A segunda é a verdade das causas do sofrimento – a ignorância que gera desejo, malícia, orgulho e outros venenos mentais que intoxicam nossas vidas e as dos outros. Como esses venenos podem ser eliminados, o fim do sofrimento – a terceira verdade – torna-se possível acabar com o SOFRIMENTO. A quarta verdade é o caminho que transforma esse potencial em realidade: o processo (Nobre Caminho Óctuplo) de usar todos os meios disponíveis para erradicar as causas fundamentais do sofrimento. Em resumo, devemos:

  1. Reconhecer o sofrimento surgiu;
  2. Eliminar suas causas;
  3. Cessá-lo (encerrar).
  4. Praticando o Caminho para acabar com o sofrimento.

Contemplando a Natureza da Mente

A incapacidade de administrar nossos pensamentos revela-se como uma das principais fontes de sofrimento. Aprender a moderar o fluxo incessante de pensamentos perturbadores constitui etapa decisiva no caminho para a paz interior.

Precisamos examinar mais atentamente a própria Mente. O primeiro que notamos são as correntes de pensamento que fluem continuamente, muitas vezes sem nossa consciência. Gostemos ou não, incontáveis pensamentos nascidos de sensações, memórias e imaginação percorrem incessantemente nossa mente. Mas existe uma qualidade mental que permanece sempre presente, independente do tipo de pensamento. Essa qualidade é a consciência primária subjacente a todo pensamento – o que persiste mesmo nos raros momentos em que a mente repousa, quase imóvel, mantendo ainda sua capacidade de conhecer. Essa faculdade, que podemos chamar de “consciência pura”, pode existir na ausência de construções mentais.

Quando os pensamentos surgem, podemos atribuir-lhes alguma característica inerente? Eles têm uma localização específica? Não. Uma cor? Uma forma? Nenhuma das duas. Tudo o que encontramos é a qualidade de “saber”, mas nenhuma característica intrínseca própria. Na “consciência pura”, vivenciamos a mente como “vazia de existência inerente” – ou seja, ela não é uma entidade separada e carece de atributos como localização, forma ou cor.

Quando compreendemos que os pensamentos emergem da consciência pura e nela se dissolvem, assim como ondas surgem e retornam ao oceano, damos um passo crucial rumo à paz interior. A partir dessa compreensão, nossos pensamentos perdem grande parte de seu poder de nos perturbar.

Emoções

Se as paixões são os grandes dramas da mente, as emoções são seus atores. Ao longo da vida, elas fluem em nossa mente como um rio turbulento, determinando estados de felicidade e infelicidade. Devemos tentar domar esse rio? É possível? E como podemos agir? Algumas emoções nos elevam, outras minam nosso bem-estar, outras nos consomem. O amor voltado ao bem alheio, a compaixão focada no sofrimento dos outros – em pensamento e ação – são exemplos de emoções nutritivas que geram felicidade. Já o desejo obsessivo, a ganância e o ódio são emoções que nos esgotam. Como cultivar as emoções construtivas e nos libertar das destrutivas?

Apesar de sua rica terminologia para estados mentais, as línguas budistas tradicionais não possuem um termo equivalente a “emoção”. Isso talvez ocorra porque, no budismo, toda atividade mental – incluindo o pensamento racional – está associada a alguma sensação (prazer, dor ou neutralidade). A maioria dos estados afetivos, como amor e ódio, surge junto com pensamentos discursivos. Mais que distinguir entre emoções e pensamentos, o budismo busca entender quais atividades mentais promovem o bem-estar – próprio e alheio – e quais são prejudiciais, especialmente a longo prazo. Essa visão alinha-se com descobertas da neurociência: áreas cerebrais ligadas à emoção também estão envolvidas na cognição. Não existem “centros emocionais” isolados – os circuitos neuronais das emoções estão totalmente integrados aos da cognição.

Uma emoção que fortalece nossa paz interior e busca o bem alheio é positiva; aquela que destrói nossa serenidade e visa prejudicar os outros é negativa. O critério decisivo é o sofrimento ou bem-estar que geramos através de nossos atos, palavras e pensamentos. Essa distinção separa, por exemplo, a “raiva sagrada” (indignação contra injustiças) da fúria que deseja ferir. A primeira libertou pessoas da escravidão e motiva mudanças sociais; a segunda só gera dor.

Precisamos trabalhar nossos pensamentos individualmente, observando seu surgimento e evolução, aprendendo gradualmente a libertá-los quando aparecem – interrompendo assim as reações em cadeia que permitem sua invasão mental. Ao nos libertarmos repetidamente de pensamentos aflitivos, enfraquecemos sua tendência a reaparecer, até cessarem por completo. Assim como emoções e tendências foram moldadas por incontáveis pensamentos instantâneos, podem ser transformadas ao lidarmos com eles conscientemente.

O que entendemos por “emoções negativas”

O termo kilesā refere-se a estados de perturbação mental que “nos afligem interiormente”. Ódio, ciúme ou desejo, em seu momento inicial, causam claro desconforto. Além disso, as ações que inspiram geralmente visam magoar outros. Em contraste, bondade, afeição e tolerância trazem alegria e coragem, expandem nossa Mente e nos libertam interiormente, estimulando benevolência e empatia.

Emoções perturbadoras distorcem nossa percepção da realidade. O apego idealiza seu objeto; o ódio o demoniza. Elas nos fazem crer que beleza ou feiura são inerentes a pessoas e coisas, quando na verdade é a mente que as classifica como “atraentes” ou “repulsivas”. Essa compreensão equivocada cria um abismo entre aparência e realidade, turva nosso julgamento e nos leva a agir de modo diferente do que agiríamos se percebêssemos que tais qualidades dependem principalmente de nossa interpretação.

Por outro lado, emoções “positivas” e fatores mentais fortalecem a clareza do pensamento e a precisão do raciocínio, pois se baseiam numa percepção mais acurada da realidade. O amor altruísta (mettā) reflete a compreensão da profunda interdependência entre os seres – entre nossa felicidade e a dos outros – noção que está em harmonia com a realidade, enquanto o egoísmo amplia o abismo que nos separa dos demais.

O objetivo central do budismo ao abordar as emoções é libertar-nos das causas fundamentais do sofrimento. Parte do princípio de que certos estados mentais são intrinsecamente aflitivos, independentemente de sua intensidade ou contexto. Isso vale especialmente para os três “venenos” mentais básicos: desejo (no sentido de ânsia ou ganância atormentadora), ódio (vontade de prejudicar) e Delusão (que distorce nossa percepção da realidade). O budismo geralmente inclui também orgulho e inveja; juntos, formam os cinco principais venenos associados a cerca de sessenta estados mentais negativos. Os textos falam ainda de “84.000[1] emoções negativas” – número simbólico que ilustra a complexidade da mente humana e a necessidade de métodos diversificados para sua transformação. Por isso o budismo menciona as “84.000 portas” que conduzem à mudança interior.

Desejo

Ninguém negaria que desejar é natural e que o desejo influencia decisivamente nossas vidas. Mas não se deve confundir as aspirações profundas de melhorar como ser humano, ajudar os outros ou alcançar o despertar espiritual com o desejo que é mera ânsia e tortura a mente.

Por mais natural que seja, o desejo torna-se “toxina mental” quando se transforma em anseio obsessivo ou apego descontrolado. Como ensinou o Buda: “Escravo do desejo, como macaco na floresta, você salta de galho em galho sem achar fruto, de vida em vida sem encontrar paz.”

Ódio

Dentre os venenos mentais, o ódio é o mais tóxico. É uma das principais causas da infelicidade e o motor por trás da violência, dos genocídios e de incontáveis violações da dignidade humana. Enquanto o ódio de uma pessoa gerar o de outra, o ciclo de ressentimento, retaliação e sofrimento jamais cessará. “Responder ódio com ódio só perpetua o ódio[2]“, ensinou o Buda. Eliminar o ódio de nosso fluxo mental é portanto passo crucial na jornada rumo à felicidade.

O ódio amplifica os defeitos de seu objeto e ignora suas qualidades. A mente imersa em animosidade e rancor fecha-se na ilusão, convencida de que a fonte de sua insatisfação está totalmente fora de si. Solidificamos os traços “maus” que percebemos como características permanentes e intrínsecas, rejeitando qualquer reavaliação. Assim, sentimo-nos justificados a expressar hostilidade e retaliar. Daí emergem a discriminação, a condenação generalizada, a perseguição, o genocídio, a retaliação cega e até a pena de morte – a retaliação legal suprema. Nesse estágio, obscurecemos a benevolência básica que nos faz reconhecer o anseio universal por evitar o sofrimento e alcançar a felicidade.

Nossa compaixão e amor geralmente dependem da atitude – benevolente ou agressiva – que os outros têm conosco e com nossos entes queridos. Por isso é tão difícil sentir compaixão por quem nos prejudica. A compaixão budista, contudo, baseia-se no desejo sincero de que todos os seres, sem exceção, se libertem do sofrimento e de suas causas – especialmente do ódio. Movidos por amor altruísta, podemos ir além, desejando que todos, inclusive criminosos, encontrem as causas da felicidade.

O único alvo legítimo de nosso ressentimento é o próprio ódio. É um inimigo ardiloso, implacável e inflexível que incessantemente perturba e destrói vidas. Por mais necessária que seja a paciência firme com aqueles que consideramos inimigos, é totalmente inadequado sermos pacientes com o ódio em si, em qualquer circunstância.

Ignorância: apegar-se à noção de “EU” prejudica a felicidade

Segundo o budismo, entre os diversos aspectos de nossa confusão mental e ignorância, o mais profundamente perturbador é o apego ao conceito de identidade pessoal: o conceito de um EU individual.

O conceito de identidade pessoal apresenta três dimensões: o “EU”, a “pessoa” e o “self”. Estas três dimensões não são fundamentalmente distintas, mas refletem diferentes modos de nos apegarmos à nossa percepção de identidade. O “EU” vive no presente; é o “EU” que pensa “estou com fome” ou “EU existo”. Constitui o lócus da consciência, dos pensamentos, dos julgamentos e da vontade. Representa a experiência de nosso estado atual.

A noção de “pessoa” é mais ampla – um continuum dinâmico de nossa experiência e história que se estende no tempo e incorpora diversos aspectos de nossa existência corpórea, mental e social. Seus limites são mais fluidos.

Existe ainda um “EU” conceitual moldado pela força do hábito. Atribuímos-lhe diversas qualidades e o estabelecemos como núcleo autônomo e permanente de nosso ser.

A cada momento entre o nascimento e a morte, o corpo passa por transformações incessantes e a mente torna-se palco de inúmeras experiências emocionais e conceituais. Contudo, atribuímos ao EU qualidades de permanência, singularidade e autonomia. Além disso, ao passarmos a sentir que esse eu é extremamente vulnerável e precisa ser protegido e satisfeito, entram em cena a aversão e o apego – aversão ao que ameaça o EU, apego ao que o agrada, conforta ou tranquiliza. Estes dois sentimentos básicos são a fonte de todo um oceano de emoções conflitantes.

Imaginamos que, ao nos refugiarmos na bolha do ego, estaremos protegidos. Criamos a ilusão de estarmos separados do mundo, na esperança de evitar o sofrimento. Na verdade, ocorre exatamente o oposto, pois o apego ao ego e a autoestima desproporcional são poderosos ímãs para atrair sofrimento.

Cada um de nós é, de fato, uma pessoa única, e é natural reconhecer e valorizar quem somos e aspirar à felicidade. Mas, ao reforçarmos a identidade separada do EU, perdemos a sintonia com a realidade. A verdade é que somos fundamentalmente interdependentes de outras pessoas e do nosso ambiente.

Nossa experiência é simplesmente o conteúdo do fluxo mental, o continuum da consciência, e não há razão para ver o eu como uma entidade totalmente distinta nesse fluxo. No entanto, estamos tão habituados a atribuir o rótulo “EU” a esse fluxo mental que passamos a nos identificar com ele e a temer seu desaparecimento. Segue-se um forte apego ao eu e, consequentemente, à noção de “meu” – meu corpo, meu nome, minha mente, meus bens, meus amigos – o que leva ao desejo de posse ou à repulsa pelo “outro”.

Esta sensação equivocada de identidade forma a base de toda aflição mental – seja ódio, apego, desejo, inveja, orgulho ou confusão. A partir daí, vemos o mundo através do espelho distorcido de nossas ilusões, o que inevitavelmente conduz à frustração e ao sofrimento.

Consideremos o que supostamente contribui para nossa identidade. Nosso corpo? Um conjunto de ossos, pele, sangue e carne. Nossa consciência? Um fluxo contínuo de instantes. Nossa história? A memória do que já não existe, e ficou no passado. Nosso nome? Atribuímos a ele diversos conceitos – nossa herança, reputação e status social – mas, em última análise, não passa de um agrupamento de letras.

Ao explorarmos corpo, fala e mente, concluímos que esse EU nada mais é que uma palavra, um rótulo, uma convenção, uma designação. Para desmascarar o engano do ego, precisamos levar nossa investigação até o fim. Quando suspeitamos da presença de um ladrão em casa, é preciso inspecionar cada cômodo, cada canto, cada possível esconderijo, para ter certeza de que realmente não há ninguém. Só então podemos ficar tranquilos.

Uma análise rigorosa nos leva a concluir que o EU não reside fora do corpo, nem em qualquer parte do corpo, nem é uma entidade difusa que permeia todo o corpo. Acreditamos voluntariamente que o EU está associado à consciência, mas a consciência também é apenas um fluxo de experiências: o momento passado da consciência já se foi (apenas seu impacto permanece), o futuro ainda não existe e o presente não dura. Como poderia existir um eu distinto, suspenso entre algo que já não existe e algo que ainda não existe?

Assim, o EU não pode ser detectado nem no corpo nem na mente; não é uma entidade distinta na combinação dos dois, nem uma entidade que existe fora deles. Nenhuma análise séria ou experiência introspectiva direta pode levar à convicção razoável de que possuímos um EU. O budismo conclui, portanto, que o EU é apenas uma convenção, um nome dado a um continuum, assim como chamamos um rio de Ganges (Índia) ou de Mississipi (EUA).

Quando o EU deixa de ser a coisa mais importante do mundo, torna-se mais fácil concentrar nossa preocupação nos outros. A visão do sofrimento alheio fortalece nossa coragem e determinação de trabalhar por eles, em vez de nos paralisar com nossa própria angústia emocional.

É possível nos libertarmos das emoções negativas?

Você pode pensar que a ignorância e as emoções negativas são inerentes ao fluxo da consciência e que tentar se livrar delas é como lutar contra uma parte de si mesmo. Mas o aspecto mais fundamental da consciência – a pura faculdade de conhecer, o que chamamos de qualidade “luminosa” da Mente – não contém ódio ou desejo em sua essência. Um espelho, por exemplo, refletirá tanto rostos raivosos quanto rostos sorridentes. A própria natureza do espelho permite que inúmeras imagens surjam, mas nenhuma delas pertence ao espelho. De fato, se o rosto raivoso fosse intrínseco ao espelho, ele estaria sempre presente e impediria o surgimento de outras imagens. Da mesma forma, a qualidade mais fundamental da cognição, a natureza “luminosa” da Mente, é o que permite o surgimento de pensamentos e está subjacente a todos eles. No entanto, nenhum desses pensamentos pertence intrinsecamente à natureza essencial da mente. A experiência introspectiva mostra, pelo contrário, que as emoções negativas são eventos mentais transitórios que podem ser dissolvidos por seus opostos – as emoções positivas agindo como antídotos.

Precisamos nos familiarizar gradualmente com cada antídoto – a bondade amorosa como antídoto para o ódio, por exemplo – até que a ausência de ódio se torne uma segunda natureza. A palavra tibetana gom, geralmente traduzida como “Meditação”, denota mais precisamente “familiarização”, enquanto a palavra sânscrita bhavana, também traduzida como “Meditação”, significa “cultivo”. Trata-se de familiarizar-se com uma nova visão das coisas, uma nova maneira de gerenciar os próprios pensamentos, de perceber as pessoas e de experienciar o mundo.

O budismo ensina várias maneiras de efetivar essa “familiarização”. Um método consiste em aplicar um antídoto específico para cada emoção negativa. Outro nos permite desconstruir ou “libertar” a emoção ao observá-la diretamente e deixá-la se dissolver no momento em que surge. A escolha entre um método e outro dependerá do momento, das circunstâncias e das capacidades de quem os pratica. Todos compartilham um aspecto comum e o mesmo objetivo: ajudar-nos a deixar de ser vítimas de emoções conflitantes.

O uso de antídotos

O primeiro método consiste em neutralizar emoções aflitivas com um antídoto específico, assim como neutralizamos os efeitos de um veneno com seu antídoto, ou de um ácido com um álcali. Um princípio fundamental enfatizado pelo budismo é que dois processos mentais diametralmente opostos não podem ocorrer simultaneamente. Podemos alternar rapidamente entre amor e ódio, mas não podemos sentir, no mesmo instante de consciência, o desejo de ferir alguém e o desejo de lhe fazer bem. Os dois impulsos são tão incompatíveis quanto água e fogo.

Da mesma forma, ao habituar sua mente ao amor altruísta, você gradualmente elimina o ódio, porque esses dois estados mentais podem se alternar, mas não podem coexistir no mesmo momento. Portanto, quanto mais cultivarmos a bondade amorosa, menos espaço haverá para o ódio em nossa paisagem mental. É crucial, portanto, começar aprendendo os antídotos correspondentes a cada emoção negativa e, em seguida, cultivá-los sistematicamente.

Como o amor altruísta atua como antídoto direto para o ódio, quanto mais o desenvolvemos, mais o desejo de prejudicar se enfraquece até desaparecer. Não se trata de suprimir o ódio, mas de direcionar a mente para algo diametralmente oposto a ele: amor e compaixão.

É igualmente impossível que a ganância ou o desejo obsessivo, que têm um forte aspecto de apego, coexistam com a liberdade interior que nos permite saborear a paz mental e repousar na sombra fresca da serenidade. O desejo só pode se desenvolver plenamente quando lhe é permitido correr solto até dominar completamente a mente.

Quanto à raiva, ela será neutralizada pela paciência. Isso não significa permanecer passivo, mas evitar ser dominado por emoções destrutivas. Como explica o Dalai Lama: “A paciência protege nossa paz de espírito diante da adversidade… É uma resposta deliberada (em oposição a uma reação irracional) aos fortes pensamentos e emoções negativas que tendem a surgir quando enfrentamos o perigo” (Dalai Lama, 1999, p. 109).

Libertando as emoções

O segundo método consiste em questionar se, em vez de tentar conter cada emoção aflitiva com seu antídoto específico, não haveria um único antídoto que atuasse em um nível mais fundamental sobre todas as nossas aflições mentais. Não é possível nem desejável obstruir as atividades naturais da mente, e seria inútil e prejudicial tentar bloquear seus pensamentos. Ao examinarmos as emoções, descobrimos que elas são meros fluxos dinâmicos sem substância inerente – o que o budismo chama de “vazio” de existência real dos pensamentos. O que aconteceria se, em vez de neutralizar uma emoção perturbadora com seu oposto – a raiva com paciência, por exemplo – simplesmente contemplássemos a natureza da própria emoção?

Você é tomado por uma onda repentina de raiva. Parece que não há escolha a não ser deixar-se levar por ela. Mas observe atentamente. Não passa de um pensamento. Quando você vê uma grande nuvem negra em um céu tempestuoso, ela parece tão sólida que você poderia sentar nela. Mas quando você se aproxima, não há nada em que se agarrar. Em vez de se identificar com a raiva que está experimentando, dissocie-se como pessoa e experiencie a raiva como um fenômeno transitório. Quanto mais você observar a raiva dessa maneira, mais ela se dissipará sob seu olhar, como geada derretendo sob os raios do sol.

Se percebermos que a raiva não tem substância própria, ela rapidamente perde todo seu poder. É isso que o budismo chama de libertar a raiva no momento em que ela surge, reconhecendo seu vazio, sua ausência de existência inerente.

A ética como ciência da felicidade

Quais critérios nos permitem qualificar um ato como bom ou ruim? A ética budista não se refere apenas a maneiras de agir, mas a maneiras de ser. Um ser humano dotado de bondade amorosa, compaixão e sabedoria agirá espontaneamente de forma ética, porque é sábio e “bom de coração”. No budismo, um ato é essencialmente antiético se for destinado a causar sofrimento e ético se for destinado a trazer bem-estar genuíno aos outros. É a motivação, altruísta ou maliciosa, que colore o ato como “bom” ou “ruim”, assim como um cristal assume a cor do tecido sobre o qual repousa. A ética também afeta nosso próprio bem-estar, visto que fazer os outros sofrerem trará sofrimento a nós mesmos, seja imediatamente ou a longo prazo, enquanto trazer felicidade aos outros é, em última análise, a melhor maneira de garantir a nossa. Por meio da interação das leis de causa e efeito, que o budismo chama de carma – as leis que regem as consequências de nossas ações – a ética está, portanto, intimamente ligada ao bem-estar.

Para o budismo, como explica o Dalai Lama, “é difícil imaginar um sistema ético significativo dissociado de uma experiência individual de sofrimento e felicidade” (Dalai Lama). Uma ética desumanizada, construída sobre fundamentos abstratos, tem pouca utilidade.

Em vez disso, são necessárias atenção plena, sabedoria e uma disposição altruísta básica que, segundo o budismo, está profundamente enraizada em nossas mentes, mas precisa ser cultivada ao longo da vida. Isso tem pouco a ver com a aplicação de regras e princípios, mas sim com a natureza compassiva. Um aspecto da compaixão é a prontidão espontânea para agir em benefício dos outros. Atos altruístas fluirão naturalmente dessa compaixão.

Dois fatores principais são decisivos: a motivação e as consequências de nossos atos. Mesmo que tentemos prevê-los da melhor maneira possível, temos pouco controle sobre o desenrolar dos eventos externos, mas sempre podemos adotar uma motivação altruísta. Portanto, precisamos verificar nossa motivação repetidamente, como explica o Dalai Lama: “Estamos sendo tolerantes ou intolerantes? Levamos em conta a situação geral ou estamos considerando apenas detalhes específicos? Nossa visão é de curto ou longo prazo? … Nossa motivação é genuinamente compassiva? … Nossa compaixão se limita apenas às nossas famílias, aos nossos amigos e àqueles com quem nos identificamos intimamente? … Precisamos pensar, pensar, pensar.” (Dalai Lama). Nosso estado de espírito é, portanto, o cerne da ética. É somente ao preço do cultivo constante da sabedoria e da compaixão que podemos realmente nos tornar guardiões e herdeiros da felicidade.

Para onde o caminho leva

Todos (ou quase todos) estão interessados em felicidade. Mas quem está interessado na Iluminação? A própria palavra parece exótica, vaga e distante. E, no entanto, o bem-estar supremo advém da eliminação completa da ilusão e das toxinas mentais e, portanto, do sofrimento. Iluminação é o que o budismo chama de estado de liberdade suprema que advém de um conhecimento perfeito da natureza da mente e do mundo dos fenômenos. O sábio compreende que o eu individual e as aparências do mundo dos fenômenos não possuem realidade intrínseca. Ele compreende que todos os seres têm o poder de se libertar da ignorância e da infelicidade, mas não sabem disso. Como, então, poderia deixar de sentir compaixão infinita e espontânea por todos aqueles que, enfeitiçados pela ignorância, vagam perdidos nos tormentos do saṁsāra?

Embora tal estado possa parecer muito distante de nossas preocupações diárias, certamente não está fora de alcance. Mas isso não acontece por si só. O leite é a fonte da manteiga, mas não produzirá nenhuma se simplesmente o deixarmos à própria sorte; temos que batê-la. As qualidades da Iluminação são reveladas por meio da transformação no extremo oposto do caminho espiritual. Cada etapa é um passo em direção à realização e à profunda satisfação. A jornada espiritual é como viajar de um vale a outro – sob cada passagem encontra-se uma paisagem mais magnífica do que a que está por trás dela.

Além da Felicidade e do sofrimento

No seio da Iluminação, além da esperança e da dúvida, sombras conceituais se dissolvem à luz do alvorecer da não dualidade. Do ponto de vista da verdade absoluta, nem a felicidade nem o sofrimento têm existência real. Pertencem à verdade relativa percebida pela mente enquanto ela permanece sob o domínio da confusão. Aquele que chegou a compreender a verdadeira natureza das coisas é como um navegador que desembarca em uma ilha feita inteiramente de ouro puro; mesmo que procure por pedrinhas comuns, não encontrará nenhuma.

Matthieu Ricard é um monge budista que reside no Monastério Shechen Tennyi Dargyeling, no Nepal. Nascido em Aix-les-Bains, Savoia (França), é filho do renomado filósofo francês Jean-François Revel, e cresceu em meio às ideias e personalidades dos círculos intelectuais da França de então. Sua primeira viagem à Índia ocorreu em 1967. Trabalhou para obter um Ph.D. em genética molecular no Instituto Pasteur (França). Após completar sua tese de doutorado, em 1972, Ricard decidiu abandonar sua carreira científica e se concentrar na prática do Budismo Tibetano.

Viveu no Himalaia estudando com Kangyur Rinpoche e outros grandes mestres da tradição, e se tornou o estudante próximo e assistente de Dilgo Khyentse Rinpoche até sua morte em 1991. Desde então, Dr. Ricard tem se dedicado a realizar a visão de Khyentse Rinpoche. As fotografias de Ricard dos mestres espirituais, paisagens e das pessoas dos Himalaias tem aparecido em numerosos livros e revistas.


[1] As 84.000 portas do Dhamma (ensino budista) são uma metáfora que basicamente afirma que existem inúmeros caminhos para a iluminação.

[2] Não se deve atacar um homem santo, nem deve um homem santo, quando atingido, dar lugar à raiva. Vergonha para aquele que atinge um santo homem, e mais vergonha sobre aquele que dá lugar à raiva (Dhammapada verso 389).

Post Views: 25

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

  • Cânticos
  • Dana
  • Fotos
  • Fundamentos
  • Galeria
  • História
  • Links
  • Livros
  • Monges
  • Mosteiros
  • News
  • Selos
  • Textos

Pix de Apoio

edmirterra@gmail.com

©2025 Theravada | Powered by Superb Themes