T. B. Karunaratne
Ao longo da história, as religiões antigas desenvolveram símbolos para representar visualmente seus conceitos doutrinários. O budismo, nesse aspecto, não apenas assimilou símbolos da tradição indiana pré-budista, mas também reinterpretou-os e criou novos, atribuindo-lhes significados próprios. Dentre esses, o Dhamma-cakka — a Roda da Lei, em constante movimento — destaca-se como o mais emblemático.
As Diversas Rodas na Tradição Budista
Os comentários em páli do Sri Lanka mencionam várias rodas simbólicas reconhecidas pelo budismo. Buddhaghosa, por exemplo, cita:
- Sampatti-cakka (a roda da felicidade),
- Lakkhaṇa-cakka (a roda presente nas solas dos pés do Buda),
- Rathaṅga-cakka (a roda de carruagem),
- Iriyāpatha-cakka (a roda do movimento ou posturas),
- Dāna-cakka (a roda da generosidade),
- Ratana-cakka (a roda ideal de um monarca universal),
- Dhamma-cakka (a roda do ensinamento do Buda),
- Urasicakka (a roda da tortura).
Posteriormente, Gurulugomi ampliou essa lista, incluindo:
- Praharaṇa-cakka (o disco),
- Asani-cakka (a roda do raio),
- Dāru-cakka (a roda de madeira da roda-direita),
- Saṃsāra-cakka (a Roda da Vida), também chamada de bhava-cakka (a Roda do Devir).
Iconografia da Roda Budista
Entre essas representações, quatro rodas destacam-se como símbolos fundamentais desde os primórdios do budismo:
- Ratana-cakka (a roda do monarca universal),
- Dhamma-cakka (a roda do ensinamento),
- Lakkhaṇa-cakka (a roda nas solas dos pés do Buda),
- Saṃsāra-cakka ou bhava-cakka (a Roda da Vida).
Enquanto o ratana-cakka e o Dhamma-cakka, em sua forma simples, assemelham-se a uma roda de carruagem (rathaṅga-cakka), suas versões mais elaboradas (sabbākāraparipūraṃ) mantêm a mesma aparência. O lakkhaṇa-cakka, embora semelhante em sua forma básica, diferencia-se em detalhes quando representado em sua versão completa. Por fim, o saṃsāra-cakka ou bhava-cakka distingue-se tanto na forma quanto no significado, representando o ciclo de renascimentos e a impermanência.
Do LIVRO: The Buddhist Wheel Symbol, de T. B. Karunaratne
