Joseph Goldstein – Budista Americano
Reflita sobre o kamma (ou karma em sânscrito)
A terceira reflexão que desperta Ardor em nossa prática é o entendimento da lei do kamma (karma em sânscrito). Este é o entendimento fundamental e essencial de que todas as nossas ações volitivas – do Corpo, da Fala e da Mente – têm frutos, dependendo da motivação associada a eles. Ações enraizadas na ganância, ódio ou ignorância trazem resultados desagradáveis. Ações enraizadas em não-apego e não-ódio e não-delusão trazem muitos tipos diferentes de felicidade e bem-estar.
Segundo a lei do kamma, as únicas coisas que se podem realmente pertencer a nós são nossas ações e seus resultados; Os resultados de nossas ações nos seguem como uma sombra, ou para usar uma imagem antiga, como a roda da carreta que segue o pé do boi. Esse princípio é tão fundamental e abrangente que foi enfatizado repetidamente pelo Buda e pelos grandes seres iluminados até o presente. As primeiras linhas do Dhammapada destacam esse entendimento:
A mente é a precursora de todas as coisas. Fale ou aja com uma mente impura, o sofrimento o seguirá como a roda da carreta segue o casco do boi.
A mente é a precursora de todas as coisas. Falar ou agir com mente pacífica, a felicidade te seguirá como uma sombra que nunca se separa.
Há a famosa declaração de Padmasambhava, o grande adepto indiano que trouxe o budismo ao Tibete: “Embora minha visão seja tão vasta quanto o céu, minha atenção para a lei do karma é tão boa quanto um grão de farinha de cevada“. O Dalai Lama disse que, se ele tivesse que escolher se deveria enfatizar o vazio ou o karma em seus ensinamentos, por mais importante que seja o entendimento do vazio, ele enfatizaria os ensinamentos do karma. E, finalmente, o mestre do zen coreano Seung Sahn Sunim resumiu a integração do vazio e do karma com esta afirmação do Zen por excelência: “Não há o certo e nem o errado, mas certo está certo e errado está errado”.
Mas não é suficiente simplesmente ter esse entendimento do karma; Precisamos praticar aplicá-lo em nossas vidas. Como estamos prestes a agir, ou quando pensamentos ou quando as emoções são predominantes, lembramos de investigar e refletir sobre nossa motivação? Perguntamos a nós mesmos: “Este ato ou estado de mente é habilidoso ou inquieto? Isso é algo para cultivar ou abandonar? Onde essa motivação está liderando? Eu quero ir lá?”