Buddha
AS QUATRO NOBRES VERDADES
“Agora, bhikkhus, esta é a nobre verdade do sofrimento: nascimento é sofrimento, envelhecimento é sofrimento, enfermidade é sofrimento, morte é sofrimento; tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero são sofrimento; a união com aquilo que é desprazeroso é sofrimento; a separação daquilo que é prazeroso é sofrimento; não obter o que se deseja é sofrimento; em resumo, os cinco agregados influenciados pelo apego são sofrimento.
Agora, bhikkhus, esta é a nobre verdade da origem do sofrimento: é este desejo que conduz a uma renovada existência, acompanhado pela cobiça e pelo prazer, buscando o prazer aqui e ali; isto é, o desejo pelos prazeres sensuais, o desejo por ser/existir, o desejo por não ser/existir.
Agora, bhikkhus, esta é a nobre verdade da cessação do sofrimento: é o desaparecimento e cessação sem deixar vestígios daquele mesmo desejo, abrir mão, descartar, libertar-se, despegar desse mesmo desejo.
Agora, bhikkhus, esta é a nobre verdade do caminho que conduz à cessação do sofrimento: é este Nobre Caminho Óctuplo: entendimento correto, intenção correta, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta.” – O Buda [Samiutta Nikaya LVI.11].
Assim ouvi. Em certa ocasião, o Abençoado estava em Benares, no Parque do Gamo, em Isipatana Lá ele se dirigiu ao grupo de cinco bhikkhus:
“Bhikkhus, há esses dois extremos aos quais aquele que abandonou a vida em família e seguiu a vida santa não deve se entregar. Quais são os dois? A busca da felicidade nos prazeres sensuais, que são baixos, vulgares, grosseiros, ignóbeis e que não trazem benefício; e a busca da mortificação, que é dolorosa, ignóbil e que não traz benefício. Evitando esses dois extremos o Tathāgata despertou para o Caminho do Meio, que faz surgir a visão, que faz surgir a sabedoria, que conduz à paz, ao conhecimento direto, à iluminação, a Nibbāna.
“E qual, bhikkhus, é o caminho do meio para o qual o Tathagata despertou, que faz surgir a visão … que conduz a Nibbana? É este Nobre Caminho Óctuplo: entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta. Esse, bhikkhus, é o caminho do meio para o qual o Tathāgata despertou, que faz surgir a visão, que faz surgir a sabedoria, que conduz à paz, ao conhecimento direto, à iluminação, a Nibbāna.
“Agora, bhikkhus, esta é a nobre verdade do sofrimento: nascimento é sofrimento, envelhecimento é sofrimento, enfermidade é sofrimento, morte é sofrimento; tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero são sofrimento; a união com aquilo que é desprazeroso é sofrimento; a separação daquilo que é prazeroso é sofrimento; não obter o que se deseja é sofrimento; em resumo, os cinco agregados influenciados pelo apego são sofrimento.
“Agora, bhikkhus, esta é a nobre verdade da origem do sofrimento: é este desejo que conduz a uma renovada existência, acompanhado pela cobiça e pelo prazer, buscando o prazer aqui e ali; isto é, o desejo pelos prazeres sensuais, o desejo por ser/existir, o desejo por não ser/existir.
“Agora, bhikkhus, esta é a nobre verdade da cessação do sofrimento: é o desaparecimento e cessação sem deixar vestígios daquele mesmo desejo, abrir mão, descartar, libertar-se, despegar desse mesmo desejo.[1]
“Agora, bhikkhus, esta é a nobre verdade do caminho que conduz à cessação do sofrimento: é este Nobre Caminho Óctuplo: entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta.
“’Esta é a nobre verdade do sofrimento’: assim, bhikkhus, com relação a coisas não ouvidas antes, surgiram em mim a visão, a compreensão, a sabedoria, o verdadeiro conhecimento e a iluminação.
“’Esta nobre verdade do sofrimento deve ser completamente compreendida: assim, bhikkhus, com relação a coisas não ouvidas antes, surgiram em mim a visão, a compreensão, a sabedoria, o verdadeiro conhecimento e a iluminação.
“’Esta nobre verdade do sofrimento foi completamente compreendida: assim, bhikkhus, com relação a coisas não ouvidas antes, surgiram em mim a visão, a compreensão, a sabedoria, o verdadeiro conhecimento e a iluminação.
“’ Esta é a nobre verdade da origem do sofrimento: assim, bhikkhus, com relação a coisas não ouvidas antes, surgiram em mim a visão, a compreensão, a sabedoria, o verdadeiro conhecimento e a iluminação.
“’Esta nobre verdade da origem do sofrimento deve ser abandonada: assim, bhikkhus, com relação a coisas não ouvidas antes, surgiram em mim a visão, a compreensão, a sabedoria, o verdadeiro conhecimento e a iluminação.
“’Esta nobre verdade da origem do sofrimento foi abandonada: assim, bhikkhus, com relação a coisas não ouvidas antes, surgiram em mim a visão, a compreensão, a sabedoria, o verdadeiro conhecimento e a iluminação.
“’Esta é a nobre verdade da cessação do sofrimento: assim, bhikkhus, com relação a coisas não ouvidas antes, surgiram em mim a visão, a compreensão, a sabedoria, o verdadeiro conhecimento e a iluminação.
“’Esta nobre verdade da cessação do sofrimento deve ser realizada: assim, bhikkhus, com relação a coisas não ouvidas antes, surgiram em mim a visão, a compreensão, a sabedoria, o verdadeiro conhecimento e a iluminação.
“’Esta nobre verdade da cessação do sofrimento foi realizada: assim, bhikkhus, com relação a coisas não ouvidas antes, surgiram em mim a visão, a compreensão, a sabedoria, o verdadeiro conhecimento e a iluminação.
“’Esta é a nobre verdade do caminho que conduz à cessação do sofrimento: assim, bhikkhus, com relação a coisas não ouvidas antes, surgiram em mim a visão, a compreensão, a sabedoria, o verdadeiro conhecimento e a iluminação.
“’Esta nobre verdade do caminho que conduz à cessação do sofrimento deve ser desenvolvida: assim, bhikkhus, com relação a coisas não ouvidas antes, surgiram em mim a visão, a compreensão, a sabedoria, o verdadeiro conhecimento e a iluminação.
“’Esta nobre verdade do caminho que conduz à cessação do sofrimento foi desenvolvida: assim, bhikkhus, com relação a coisas não ouvidas antes, surgiram em mim a visão, a compreensão, a sabedoria, o verdadeiro conhecimento e a iluminação.
“Enquanto, bhikkhus, meu conhecimento e visão dessas Quatro Nobres Verdades como na verdade elas são, nas suas três fases e doze aspectos, não estava completamente purificado desse modo, não reivindiquei ter despertado para a insuperável perfeita iluminação neste mundo com os seus devas, maras e brahmas, esta população com seus contemplativos e brâmanes, seus príncipes e povo. Mas quando meu conhecimento e visão dessas Quatro Nobres Verdades como na verdade elas são, nas suas três fases e doze aspectos, estava completamente purificado desse modo, reivindiquei ter despertado para a insuperável perfeita iluminação neste mundo com os seus devas, maras e brahmas, esta população com seus contemplativos e brâmanes, seus príncipes e povo. O conhecimento e visão surgiram em mim: ‘A libertação da minha mente é inabalável. Este é o meu último nascimento. Não há mais vir a ser a nenhum estado.’
Isto foi o que o Abençoado disse. Os cinco bhikkhus ficaram satisfeitos e contentes com as palavras do Abençoado. E enquanto o Abençoado discursava, o olho imaculado do Dhamma surgiu no Venerável Koṇḍañña: ‘Tudo que está sujeito ao surgimento está sujeito à cessação.’
E quando a roda do Dhamma havia sido colocada em movimento pelo Abençoado, os devas da terra exclamaram: “Em Benares, no Parque do Gamo, em Isipatana, esta insuperável roda do Dhamma foi colocada em movimento pelo Abençoado, e não poderá ser detida por nenhum brâmane ou contemplativo, ou deva, ou Mara, ou Brahma, ou qualquer um no mundo.” Ouvindo a exclamação dos devas da terra, os devas do Reino dos Quatro Grandes Reis também exclamaram… os devas dos Trinta e Três…. os devas do Yama…. os devas do Tusita… os devas do Nimmanarati… os devas do Paranimmita-vasavatti…. os devas do cortejo de Brahma também exclamaram: “Em Benares, no Parque do Gamo, em Isipatana, esta insuperável roda do Dhamma foi colocada em movimento pelo Abençoado, e não poderá ser detida por nenhum brâmane ou contemplativo, ou deva, ou Mara, ou Brahma, ou qualquer um no mundo.”
Assim, naquele momento, naquele instante, naquele segundo, a exclamação subiu até os distantes mundos de Brahma e esse sistema cósmico com dez mil mundos tremeu, estremeceu e se abalou e uma intensa, imensurável e gloriosa luminosidade surgiu no mundo ultrapassando a divina majestade dos devas.
Então, o Abençoado exclamou: “Koṇḍañña de fato compreendeu! Koṇḍañña de fato compreendeu!” E foi assim que o Venerável Koṇḍañña adquiriu o nome Añña-Kondañña – Koṇḍañña aquele que Compreendeu.”