Luang Pu Pramote Pamojjo
O propósito deste ensinamento não é incentivar a crítica aos monges, mas sim lembrar a importância do cultivo espiritual.
É comum ouvirmos mestres do Dhamma destacarem que muitos de nós, monges, já conhecemos mais do que o suficiente sobre os ensinamentos — seja em teoria ou nas escrituras —, mas não os colocamos em prática como deveríamos. Muitos continuam a estudar e refletir, justificando que “ainda não é o momento” ou que “a prática não é necessária”. No entanto, sem a aplicação real, o Dhamma permanece incompreendido. A mera leitura está longe de ser suficiente.
Monges e a conduta sexual
Os monges são seres humanos como quaisquer outros. Mesmo aqueles que atingem o nono nível de estudos em Pāli dominam apenas o idioma — não necessariamente a sabedoria do Dhamma. Muitos permanecem alheios aos assuntos mundanos, e alguns, ao receberem títulos honoríficos como Chao Khun (concedido a monges tailandeses por suas contribuições), passam a ser reverenciados como figuras quase divinas. A admiração excessiva os afasta da realidade, tornando-os vulneráveis à ilusão e ao engano.
Outro desafio é a repressão dos desejos. Monges que não praticam meditação ou não desenvolveram habilidade nela podem suprimir impulsos sexuais pela força, sem verdadeira transcendência — a menos que tenham alcançado o estágio de Anāgāmi (estágio daquele que não retorna mais a este mundo). Quando confrontados com tentações, sua resistência interna pode ruir facilmente, pois falta-lhes tanto a sabedoria prática quanto o entendimento das complexidades humanas. Acostumados a receber elogios, muitos passam a confiar ingenuamente naqueles que os adulam.
Compaixão no lugar da condenação
Quando um monge comete um erro, não cabe a nós julgá-lo com severidade ou aproveitar sua queda para atacá-lo. Ele já sofre as consequências de seus atos; acrescentar mais dor não traz benefício algum. Ver alguém tropeçar pode despertar tristeza, mas alguns transformam essa compaixão em discursos inflamados, alegando “defender o Dhamma” enquanto disseminam ódio.
Condenar incessantemente um monge que já está isolado só alimenta ressentimento. Ouvintes impressionáveis podem se unir a essa crítica, ampliando o sofrimento alheio. Isso não é proteção do Dhamma — é incitação, um caminho que corrompe tanto quem fala quanto quem ouve. O Senhor Buda nunca ensinou a difamação; ele nos orientou a falar com moderação, escolhendo palavras que edifiquem, não que alimentem as contaminações da Mente.
Palavras duras, mesmo que disfarçadas de “ensinamento”, geram um kamma negativo. A verdadeira proteção do Dhamma começa com a compaixão — por aqueles que caíram e por nós mesmos, para que não sejamos arrastados pela mesma corrente de julgamento.
Sobre Luang Pu Pramote Pamojjo

Luangpu ou Luang Pu significa literalmente “Venerável Avô”. Este é o título de respeito que os tailandeses usam para se dirigir a um monge mais velho.
Luangpu Pramote Pamojjo é um professor de Dhamma altamente respeitado e apreciado. Seus ensinamentos são especialmente atraentes para pessoas urbanas modernas, ajudando-as a se tornarem praticantes bem-sucedidos de mindfulness e insight, apesar de seus estilos de vida agitados.
Embora ofereça uma prática completa, a ênfase é dada ao desenvolvimento de uma forte atenção plena para uma prática eficaz de Vipassana. Ele ensina que Samatha (meditação de concentração) e Vispassana (meditação de insight) são interdependentes e que ambas são necessárias para a prática de Dhamma, desde que haja uma compreensão de quando e como usá-las eficazmente.
Ele ensina o Dhamma a praticantes ávidos que buscam compreender verdadeiramente o caminho do meio e progredir em sua prática. Os moradores de Bangkok partem para uma viagem de uma hora e meia na escuridão da madrugada para chegar antes do nascer do sol e formar uma fila em frente ao centro de Luangpu para conseguir um bom lugar e ouvir seus ensinamentos, expressar suas preocupações em relação à própria prática e receber aconselhamento individual – um costume que foi cunhado como “entregar a lição de casa” para o diretor ajustar ou modificar.
O estilo de Luangpu é fácil, descontraído e intuitivo. Isso lhe permite orientar os meditantes no desenvolvimento das habilidades necessárias para aplicar seus ensinamentos e se tornarem praticantes autossuficientes do Dhamma. Ele teve muitos professores na tradição monástica da floresta tailandesa, mas considera Luangpu Dune seu principal professor. Luangpu Dune foi um dos primeiros alunos do lendário Ajahn Mun Bhūridatto.