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Monges – vida, reclusão e conselhos aos leigos

Posted on 02/11/202502/11/2025 by Edmir Ribeiro Terra

Ajahn Jayasaro

Os monges assumem os votos para sempre?

Entrar numa ordem monástica (estudar num mosteiro) implica comprometer-se com a prática monástica que lhes é propostadurante o tempo que entende ser necessário. Um monge pode assumir para consigo próprio o voto de permanecer monge para o resto da vida, mas tal atitude não lhe é exigida. Na verdade, a maioria dos que entram na ordem acabam por a deixar.

A ordenação temporária tem sido, desde há muito tempo, uma característica chave do Budismo Tailandês. Tradicionalmente, os rapazes ordenam-se por três meses no retiro da estação das chuvas (vassa), o qual acontece entre as luas cheias de Julho e de Outubro. O valor deste costume reside, em primeiro lugar, na possibilidade de um jovem receber uma imersão nos valores morais e espirituais budistas, antes de se comprometer nos desafios do casamento e da carreira profissional. Em segundo lugar, fornece-lhes uma forma de poderem exprimir gratidão aos pais pela educação dada (acredita-se que, através das suas ordenações, os pais obtêm grandes méritos). Em terceiro lugar, este hábito cria laços entre os budistas leigos e os mosteiros (onde, quer eles, quer a família, foram monges) que perduram por gerações.

Os monges que se juntaram ao Sangha pretendendo permanecer aí o resto das suas vidas, frequentemente sentem ser mais difícil do que tinham imaginado, e após algum tempo, começa a surgir de novo o desejo da vida leiga. Os professores geralmente aconselham os monges, que estão a considerar deixar o manto (robe), a esperarem algum tempo antes de tomarem uma decisão firme, para verem se as suas intenções mudam. Mas, se um monge decidir deixar a ordem, não fica sujeito a qualquer estigma social. Pelo contrário, as comunidades leigas budistas geralmente têm um respeito e uma confiança especial pelos homens que passaram uma parte das suas vidas como monges.

No Brasil há um mosteiro Theravāda que está em formação e em plena atividade. O mosteiro está em São Lourenço (MG), que fica a 240 quilômetros da cidade de São Paulo e do Rio de Janeiro. O abade atual (diretor espiritual) e´o Ajahn Mudito que é brasileiro nascido em São Paulo. Acesse o link: https://suddhavari.org/

O que é que os monges fazem diariamente?

A vida diária dos monges depende do tipo de mosteiro onde vivem, e do nível da sua carreira monástica. Nos mosteiros situados nas aldeias, vilas e cidades da Tailândia, os monges assistem aos serviços matinais e vespertinos, saem para a ronda esmoler de manhã cedo (Piṇḍapāta), e passam o resto do dia a estudar, ensinar ou a realizar deveres cerimoniais. Falando em termos gerais, a prática da Meditação não constitui a maior parte de suas vidas. Nestes mosteiros os monges comem duas vezes por dia, a primeira refeição depois da ronda esmoler, e a segunda por volta das onze da manhã.

Nos mosteiros da floresta os monges levantam-se por volta das três da manhã. Em alguns mosteiros os cânticos de grupo e a meditação acontecem de manhã cedo e à noite, noutros, os monges meditam sozinhos. Logo ao raiar do sol os monges põem-se a caminho para a ronda esmoler em direcção aos vilarejos das redondezas, em itinerários que distanciam entre, aproximadamente, dois a dez quilômetros.

Os monges da floresta só comem uma vez por dia, geralmente por volta das oito da manhã. Passam muito do dia a praticar Meditação, sentados ou a andar. O estudo dos livros tem um papel secundário e é deixado à escolha de cada um. Pode ser que recebam instrução formal do seu professor, duas a quatro vezes por mês. De tarde, os monges trabalham geralmente uma ou duas horas, principalmente na limpeza dos edifícios monásticos e a varrer os caminhos da floresta onde vivem. Nos mosteiros mais pobres, é frequente os monges fazerem algumas obras de construção de que precisam.

Se monges vivem em reclusão, quais qualificações têm para aconselhar as pessoas sobre as famílias e problemas profissionais?

Pessoas de qualquer classe e nível social, velhos e novos, do sexo masculino e feminino, vão visitar os monges seniores. Elas tratam das suas vidas e problemas com estes monges (bhikkhus), da mesma forma que os ocidentais falam com um padre, um pastor ou um terapeuta. Em resultado disso, esses monges acabam por ter uma boa visão dos diversos problemas com que se confrontam os seus discípulos leigos.

Uma vida devotada à compreensão da mente humana significa que osmonges seniores, particularmente os mestres em meditação, alcançaram profundas realizações no que respeita à forma como a mente funciona, como cria sofrimento e como se pode libertar de tal. Ao observarem profundamente o funcionamento das próprias Mentes, estes monges compreendem a Mente dos outros. Embora as situações que provocam emoções possam variar, as emoções em si são universais. Ao falarem sobre os pensamentos, as crenças, os desejos e medos que subjazem a vários problemas, os monges podem chegar à raiz do assunto em causa, sem se atrapalharem por falta de experiência pessoal em situações particulares.

Mulheres podem ser monjas?

Sim, as mulheres podem ter uma vida monástica, dedicando as suas vidas ao estudo e prática dos ensinamentos budistas, mas não da mesma maneira que as monjas das primeiras gerações. Infelizmente, a ordem original das monjas, o Sangha das Bhikkhunīs, extinguiu-se há mais de mil anos. A visão que prevaleceu (embora não unânime) dos países budistas Theravāda é que não é possível restaurar a ordem das Bhikkhunīs, uma vez que os requisitos para a ordenação das Bhikkhunīs tal como o Buda estipulou não podem ser preenchidos.

Sendo a linha Theravāda uma tradição que se define pela atitude conservadora para com os textos, não é de surpreender que a atitude de ultrapassar as instruções dadas pelo próprio Buda seja considerado impensável para muitos monges. Como alternativa para as ordenações Bhikkhunīs1, os países Theraváda estabeleceram as suas próprias instituições quase monásticas para mulheres com fé. Na Tailândia esta instituição é a ordem dos hábitos brancos das mae chee .

A visão ortodoxa sobre a restauração das ordens Bhikkhunīs não é aceite universalmente. Ao longo dos últimos anos, iniciou-se um movimento para reestabelecer a ordem Bhikkhunī, principalmente instigado por mulheres budistas de países ocidentais. Há um número crescente de mulheres que, actualmente vivem como Bhikkhunīs (monjas), sendo que um pequeno número delas reside na Tailândia.

  1. Na Australia há um Mosteiro (site a seguir) para mulheres. https://bswa.org/about/history/ ↩︎
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