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Kamma não é Destino

Posted on 14/05/202514/05/2025 by Edmir Ribeiro Terra

Nārada Mahāthera

Comentário : Kamma não é Destino

“Nós mesmos somos responsáveis por nossas ações, felicidade e miséria. Nós construímos nossos próprios infernos. Criamos nossos próprios céus. Somos os arquitetos do próprio destino. Em definitivo, nós mesmos somos nosso próprio Kamma.” – Nārada Mahāthera. Colhemos o que semeamos:

Trecho do Capítulo VI.
Kamma: A Lei da Causalidade Moral, do livro Budismo em Poucas Palavras de Nārada Mahāthera.

Nós mesmos somos responsáveis por nossas ações, felicidade e miséria. Nós construímos nossos próprios infernos. Criamos nossos próprios céus. Somos os arquitetos do próprio destino. Em definitivo, nós mesmos somos nosso próprio Kamma.

Numa ocasião, um certo jovem chamado Subha, aproximou-se de Buddha e perguntou-lhe qual era o motivo de entre os seres humanos existirem estados elevados e inferiores.

“Pois”, continuou, “encontramos entre os seres humanos aqueles de vida breve e de longa vida, os saudáveis e os doentes, os bem bonitos e os feios, os poderosos e os que não têm poder algum, os pobres e os ricos, os de elevado nascimento e os de baixo nascimento, os ignorantes e os inteligentes”. Buddha replicou sucintamente:

“Cada criatura vivente tem o Kamma como propriedade, como herança, como causa, como origem, como refúgio. O Kamma é o que diferencia os seres viventes de estados baixos e elevados.”

Em seguida, explicou a razão para tais diferenças segundo Lei da Causalidade Moral. Assim, de um ponto de vista Budista, nossas presentes diferenças Mentais, Intelectuais, Morais e Temperamentos devem-se principalmente, às nossas próprias ações e tendências, tanto as passadas como as presentes.

O Kamma, literalmente, significa ação; mas, num sentido último, significa volição meritória e demeritória (Kusalā Akusalā Cetana). Kamma constitui tanto o bem como o mal. Bem gera o bem. Mal produz o mal. Semelhante atrai semelhante. Esta é a Lei de Kamma. Como alguns ocidentais preferem dizer, Kamma é “ação-influência”.

Colhemos o que semeamos. O que semeamos nós colhemos em algum lugar ou em algum momento. Em certo sentido, somos o resultado do que fomos; seremos o resultado do que somos. Em outro sentido, não somos totalmente o resultado do que fomos; Não somos absolutamente o resultado do que somos. Por exemplo, um criminoso hoje pode ser um santo amanhã.

O Budismo atribui esta variação ao Kamma, mas não afirma que tudo se deve ao Kamma.

Se tudo se devesse ao Kamma, um homem [mau] seria sempre mau, pois o seu Kamma é de homem mau. Outro homem [bom] não teria que visitar um médico para ser curado de uma doença, pois se o seu Kamma fosse assim, esse homem se curaria.

Segundo o Budismo, existem cinco ordens ou processos (Niyāmas) que operam nas esferas do físico e do mental:

  1. Kamma Niyāma: Ordem de ato e consequência – por exemplo, atos desejáveis ou indesejáveis produzem os correspondentes bons ou maus resultados.
    2. Utu Niyāma: Ordem física (inorgânico) – por exemplo, fenómenos sazonais dos ventos e das chuvas.
    3. Bīja Niyāma: Ordem dos germes ou sementes (ordem orgânico-física) – por exemplo, o arroz produzido por sementes de arroz, o sabor doce da cana-de-açúcar ou mel, etc. A teoria científica das células e genes e a similaridade entre gémeos são exemplos desta ordem.
    4. Citta Niyāma: Ordem da mente ou lei psíquica – por exemplo, os processos de consciência (Citta Vīthi), poder da mente, etc.
    5. Dhamma Niyāma: Ordem da norma – por exemplo, os fenómenos naturais que ocorrem quando chega um Bodhisatta em seu último nascimento, gravidade, etc.

Todos os fenómenos mentais ou físicos poderão explicar-se por estas cinco ordens ou processos que abarcam tudo e que são leis em si mesmas.

O Kamma é, portanto, só uma das cinco ordens que prevalecem no universo. Trata-se de uma lei em si mesma, mas não se deve inferir que deve existir um legislador. As leis atuais da natureza, como a lei da gravidade, não necessitam de um legislador. Operam em seu próprio campo sem a intervenção de um agente governante independente.

Ninguém, por exemplo, decretou que o fogo deve queimar. Ninguém ordenou que a água deve procurar o seu próprio nível. Nenhum cientista ordenou que a água deveria ser composta de H2O e que o frio deve ser uma das suas propriedades. Estas são as suas características intrínsecas. O Kamma não é nem destino nem predestinação imposta a nós por algum poder misterioso desconhecido ao qual nós devemos impotentemente submeter. São os próprios atos reagindo em nós mesmos, e portanto tem-se a possibilidade de desviar o curso do Kamma em certa medida. Até que ponto se pode desviar depende da própria pessoa.

Além disso, deve-se dizer que uma fraseologia como recompensa e punição, não deve ser autorizada a entrar em discussão a respeito do problema do Kamma, uma vez que o Budismo não reconhece nenhum Ser Todo-Poderoso que governa seus súbditos e lhes recompensa e castiga em consequência. Budistas, pelo contrário, acreditam que a dor e a felicidade que uma pessoa experimenta são o resultado natural das próprias boas e más ações. Importa referir que o Kamma tem o princípio de continuidade e o princípio retributivo.

Inerente ao Kamma é a potencialidade de produzir o seu devido efeito. A causa produz o efeito; o efeito explica a causa. A semente produz o fruto; o fruto explica a semente e ambos estão inter-relacionados. Da mesma forma, Kamma e seus efeitos estão inter-relacionados; “O efeito já floresce na causa.”

Um Budista que está plenamente convencido da doutrina do Kamma não reza a outro para ser salvo, mas certamente confia em si mesmo para a sua purificação, porque esta doutrina ensina a responsabilidade individual.

É esta doutrina do Kamma que proporciona consolação, esperança, autoconfiança e valor moral. É esta crença no kamma “que valida seu esforço, acende seu entusiasmo”, faz-lhe sempre amigável, tolerante e amável. É também esta firme crença no kamma que o leva a abster-se do mal, fazer o bem e ser bom sem estar ameaçado por qualquer punição ou tentado por qualquer recompensa.

É esta doutrina do Kamma que pode explicar o problema do sofrimento, o mistério do chamado destino ou predestinação de outras religiões e, sobretudo, todas as desigualdades da humanidade.

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