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Ignorância na perspectiva Budista

Posted on 04/10/202504/10/2025 by Edmir Ribeiro Terra

Guy Eugene Dubois1

Ignorância (avijjā), na perspectiva budista, não é a falta de conhecimento como o mundo geralmente a entende. No Cânone Pāli, avijjā é descrito como o desconhecimento das Quatro Nobres Verdades (cattāri ariya saccāni). No entanto, é mais sutil, mais profundo, mais íntimo. É a tendência de contar a nós mesmos uma história que oculta a realidade, uma história que constantemente sussurra: “é diferente do que é”.

A cada momento, a realidade se desdobra de forma simples, clara, sem máscara. Um sentimento surge, um pensamento passa, um som toca o ouvido. Não há nada de misterioso nesse evento, e ainda assim a ignorância o encobre com um véu de engano. Nos fazemos acreditar que o que é impermanente (anicca) pode ser duradouro, que o que é insatisfatório (dukkha) pode trazer realização, que o que é sem essência (anattā) tem uma identidade fixa.

Assim surge a ilusão de um “eu” (sakkāya-diṭṭhi) — a visão da personalidade — que se apega ao fluxo dos fenômenos e se apropria deles. Nessa apropriação, a dor está incrustada: repetidamente, a ficção de um eu permanente colide com a frágil trama de uma realidade que só conhece movimento. A ignorância é precisamente essa colisão, essa recusa em ver o que se apresenta diante de nossos olhos.

Quando o véu se torna mais fino, o iogue experimenta que nada precisa permanecer oculto. A realidade se revela silenciosamente, sem esforço, sem precisar que ninguém a possua ou a defina. O que aparece, aparece; o que cessa, cessa. Dentro disso, não há falsidade, nem projeção, apenas a dança de causas e condições (Paṭicca-samuppāda). A ignorância, então, não é algo que existe “fora” de nós, mas uma atitude mental que se recusa a ser tocada por esse simples ver e conhecer (janāmi passāmi).

Avijjā é mentir para si mesmo, dizendo que é mais do que esse processo contínuo, ou seja, que deve haver uma base sólida em algum lugar, uma fundação sobre a qual se possa construir (eternamente).

Uma vez que essa mentira é percebida — não como um pensamento, mas como uma experiência viva —, um pesado fardo se desfaz. O que resta não é outro mundo, mas precisamente este mundo — porém mais transparente, mais leve, liberto da máscara que nunca esteve verdadeiramente ali.

À medida que o véu da ignorância se torna mais fino, também fica claro que o despertar não depende de nada nem de ninguém “fora” de nós. Nenhum poder divino pode remover o fardo da ignorância para nós, e nenhum intermediário pode conceder a percepção que brilha dentro de nós.

  1. Guy Eugène Dubois (1947), o criador de um site, é autor de um livro de 30 contos sobre o Buda: de Atthakavagga; de Satta Visuddhi; Vipassana Bhavana (Cultivo da Intuição); Satipatthana en Dhamma (Pensamento Excessivo no Ambiente de Trabalho Supremo). Com a publicação das anotações de Guy Dubois, ele se dedica intensamente às palavras de seu vroeg-buddhismo. Este trabalho é feito com base na erudição.
    Como iogue, o autor está completamente ligado à tradição budista T.O.V. Elke, linhagem da estrutura. O Dhamma veio para ficar, vivenciado e intensamente focado, é uma prática que privilegia maior sensibilidade
    Como tal, ele é — no sentido literal da palavra — um “sem-teto”, um monge mendicante, um bhikkhu, que dá significado e interpretação à sua prática de uma forma altamente pessoal.
    Seus artigos, contribuições e comentários em sites como Sutta Central; o Centro Budista Ehipassiko de Antuérpia/Mechelen; a Academia Ehipassiko Yatha-bhuta; o Diário Budista; a Fundação Buddho; Samita; Budismo (NL/BE); A Sangha Universal; O Grupo Vipassana; Estudo do Dharma Budista; e Buddhism Stack Exchange abordam aspectos que são consistente e coerentemente citados e enfatizados no cânone páli. Essas são as ideias centrais que sustentam o Ensinamento. Elas o sustentam. Temas que não embelezam ou adornam, mas vão direto ao ponto.
    De acordo com Joop Hoek no jornal Buddhist Daily, “Guy E. Dubois é um dos maiores especialistas em budismo primitivo na área de língua holandesa. Ele combina uma abordagem virulenta e liberal da vida com uma grande afeição pelos profundos insights do Buda.”
    Paul Van Hooydonck: “Adoro sua atitude não dogmática. Sua natureza teimosa e contraditória. Adoro sua abordagem criadora de liberdade, não presunçosa, autoexame e investigativa. Guy é um verdadeiro livre-pensador. Tão raro. E tão bom conhecer pessoas assim.”. ↩︎
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