Ajahn Jayasāro
Referências a flores aparecem em vários textos budistas, sendo a mais conhecida aquela que se refere a flor de lótus. Sua beleza que nasce da lama é um símbolo poderoso de uma Mente liberta. As pétalas às quais a água não adere expressam o não-apego.
Embora o Buda preferisse que os leigos prestassem homenagem às Três Joias (Buddha, Dhamma e o Sangha) por meio da prática do Dhamma, ele não recusava oferendas materiais. As oferendas de flores sempre foram populares. No entanto, um verso antigo encoraja os doadores a lembrar que, assim como as flores que oferecem murcharão e morrerão, aqueles que as oferecem também passarão por isso.
O quarto capítulo do Dhammapada é chamado “Flores”. Em um verso, diz-se que alguém que se lembra de palavras sábias, mas não age de acordo com elas, é como uma flor bonita, porém sem fragrância. Já aquele que age de acordo com as palavras sábias é como uma flor que é bela e perfumada.
Em outro verso, o Buda diz que o perfume das flores não pode ir contra o vento, mas a bondade – o perfume do coração humano – pode ser apreciada em todas as direções.
As flores de jasmim são reconhecidas como as mais perfumadas de todas e, por isso, são mencionadas em várias comparações nos sūttas. Por exemplo:
“Assim como, bhikkhus (monges), entre as flores perfumadas, o jasmim é considerado o mais excelente, da mesma forma, quando a percepção da impermanência é desenvolvida, ela arranca toda a presunção do ‘EU Sou’.”
VERSOS do DHAMMAPADA
- Tal como uma flor bonita cheia de cores mas sem fragrância, da mesma maneira, infrutíferas são as palavras justas de quem não as pratica.
- Tal como uma flor bonita cheia de cor e também fragrância, da mesma maneira, frutuosas são as palavras justas de quem as pratica.
- Assim como de um grande molhe de flores se podem fazer muitos arranjos florais, também muitas ações boas deviam ser feitas por quem nasce mortal.