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Flor de LOTUS no Budismo

Posted on 06/06/202506/06/2025 by Edmir Ribeiro Terra

Carl Olson – University of Dakota

Da mitologia hindu, aprende-se que do lótus dourado na testa de Vishnu surgiu a Deusa Sri. Em outro episódio, enquanto Vishnu estava reclinado sobre a serpente Ananta, um talo de lótus surgiu do umbigo de Vishnu, dando origem ao deus Brahma. Em esculturas, Vishnu é frequentemente retratado segurando uma flor de lótus em uma de suas quatro mãos. Na literatura pós-védica, Surya, o deus do sol, é representado de pé sobre uma flor de lótus vermelha.

O lótus não é um produto encantador da natureza; ele possui um poder misterioso. Se usado em conjunto com medicamentos, o lótus pode curar doenças. Relata-se que ela ajudou a curar a febre de Sāriputta, um importante discípulo antigo do Buda. Assim, desde os primórdios da tradição budista, o lótus possuía uma qualidade mágica.

O lótus é uma planta que cresce do fundo de um lago ou lagoa e ascende lentamente à superfície. Assim, o lótus nasce na água, atinge a maturidade plena na água, eventualmente sobe à superfície e permanece imaculado pela água. Como tal, serve como símbolo do Tathāgata (aquele que assim veio), que nasce e amadurece no mundo, transcende o mundo e, por fim, emerge imaculado por ele. Nesse sentido, o lótus não é apenas um símbolo do Tathāgata, mas também da ação ascendente, do crescimento e da realização espiritual, e do desapego do mundo.

O desenvolvimento espiritual dos seres humanos é representado pelo lótus. Há seres com pouca ou muita poeira nos olhos. Outros possuem faculdades aguçadas ou embotadas. Em outras palavras, alguns indivíduos são mais ignorantes do que outros. Assim como algumas flores de lótus florescem imersas na água, outras alcançam a superfície da água e algumas emergem imaculadas da água.

Às vezes, o lótus sob a água simboliza um bhikkhu no terceiro estado de transe. Assim como o lótus florescendo sob a água é saturado pela água fria, um monge no terceiro estado de transe está saturado de alegria. O bhikkhu neste estado é sereno e seguro de si. No Saṅgīti Sūtta (DN 33) de Digga Nikāya, quatro tipos de contemplativos são enumerados: o contemplativo inabalável; o contemplativo de lótus azul; o contemplativo de lótus branco; e o contemplativo primoroso. Quero me concentrar no significado dos contemplativos nas cores de lótus azul e lótus branco. O recluso do lótus azul é equivalente a alguém que retorna uma vez (Sakadāgāmin).

Neste caso, um monge, ao desgastar completamente três grilhões e ao enfraquecer a luxúria, a raiva e a delusão, é alguém que retornará uma vez. Retornando apenas mais uma vez a este mundo, ele põe fim ao Mal.

O lótus azul tem a garantia de não ter renascimentos ruins e de alcançar a iluminação dentro de mais uma vida. Ele está livre dos três grilhões (saṃyojana): ilusões do EU; dúvidas sobre o Buda, o Dhamma e a Sangha; confiança na eficácia dos rituais e das boas ações. Se colocarmos a cor azul no contexto cultural, descobriremos que, como o azul-índigo é tão durável, o azul é a cor da fidelidade. Além disso, o recluso do lótus azul contempla a ascensão e a queda dos cinco grupos de apego (upādānakkhandhā), mas não experimenta as oito libertações (vimokkhas).

E qual indivíduo é o contemplativo do lótus vermelho? É o caso, monges, em que um monge — através do fim das efluentes — entrou e permanece na liberação da consciência e na liberação do discernimento livres de efluentes, conhecendo-as e realizando-as diretamente por si mesmo, aqui e agora. E ele permanece tocando com seu corpo as oito emancipações. É assim que um indivíduo é um contemplativo do lótus vermelho. (acréscimo do Tradutor)

O recluso do lótus Branco é igual ao grau de santificação representado pelo não-retorno (anāgāmin):

Aqui, um monge, ao desgastar completamente os cinco grilhões que causam o renascimento aqui, nasce fantasmagoricamente, destinado ali a desaparecer completamente, de uma natureza que não retornará deste mundo.

Aquele que não retorna destrói os três grilhões iniciais, além da sensualidade e da má vontade. O recluso do lótus branco tem a iluminação garantida durante sua vida atual. Ele renascerá em outro mundo e jamais retornará ao atual ciclo de sofrimento. Como o recluso do lótus azul, ele contempla a ascensão e a queda dos grupos de cinco apegos, mas vai além do nível de realização espiritual do recluso do lótus azul ao vivenciar pessoalmente as oito libertações (vimokkha).

Em muitas religiões do mundo, o branco é a cor da Pureza. O lótus tem raízes e cresce na lama viscosa do fundo de um lago, mesmo com águas sujas. À medida que se move para cima e floresce, o lótus branco é imaculado pela lama da terra. Da mesma forma, o monge bem-sucedido emerge limpo e purificado das impurezas do mundo.

O lótus é um símbolo de progresso espiritual e Iluminação. Cresce nas águas maternas, primordiais e procriadoras. As águas representam o potencial formal para a iluminação espiritual. É um ser informe, do qual uma nova forma, um novo ser ou uma nova vida pode emergir. Dentro da água, o lótus representa seu órgão gerador; é a energia e a força inerentes às águas.

As águas – o símbolo da vida – dão nova vida; o lótus é nutrido pelas águas, mas eventualmente se eleva acima delas e as transcende simbolicamente. Nem uma gota d’água pode se agarrar às folhas do lótus, que se desprendem totalmente como o santo iluminado. O surgimento gradual do lótus é um ato de criação; o surgimento de um novo ser.

Para aquele que conhece a verdade, a má ação não lhe adere, assim como a água não se agarra à folha de uma flor de lótus. O desabrochar do lótus simboliza o alvorecer da iluminação e a vitória sobre a ignorância. Representa a sabedoria de Nibbāna, do monge aspirante e dos vários níveis da existência humana.

Após lecionar em algumas grandes universidades, CARL Olson começou a lecionar no Allegheny College em 1981, onde ofertou cursos sobre tradições religiosas orientais, filosofia comparada e método e teoria no estudo da religião. Enquanto estava no Allegheny College, foi nomeado para a Cátedra do National Endowment for the Humanities (1991-94) e para a Cátedra Professor-Acadêmico de Humanidades (2000-2003). Viajou e lecionou na Índia e no Japão. Em 2001-2002, foi bolsista visitante no Clare Hall, Universidade de Cambridge (UK), antes de ser eleito membro vitalício do Clare Hall.

Durante suas estadas na Inglaterra, ministrou palestras na Universidade de Lancaster, Universidade de Cambridge e proferiu a Palestra Anual Walstrom na Universidade de Oxford. Por nove anos, atuou como editor de resenhas literárias do International Journal of Hindu Studies. Além de seu trabalho editorial e livros, publicou mais de 220 ensaios em periódicos, antologias e enciclopédias. Num futuro próximo, ele pretende dedicar tempo a estudos comparativos do EU, do corpo humano e do poder.

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