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Evitar todo o mal.Cultivar o que é saudável. Purificar a mente.

Posted on 17/07/202517/07/2025 by Edmir Ribeiro Terra

Ajahn Suchart Abhijato

Quando você se senta para ouvir uma palestra de Dhamma de um professor respeitável, deve permanecer na mesma postura até que ele termine. Se prestar atenção verdadeiramente, com a Mente focada no ensinamento, a dor não se tornará intolerável.

Porém, se não se concentrar no Dhamma e, em vez disso, fixar-se na dor, ela se intensificará. A Mente se perderá em divagações, ampliando o desconforto como quem aumenta uma imagem. Se houver aversão, a dor parecerá ainda pior. Mas se a mente estiver serena, como ao ouvir música ou jogar cartas, você pode permanecer sentado a noite toda sem sentir incômodo, simplesmente porque está imerso naquilo que aprecia.

Tive a sorte de não ter muitas dúvidas ou obstáculos em minha prática. As palestras de Dhamma de Luangta Mahābābād[1] foram suficientes para me guiar. Na época, ele ensinava com frequência: a cada quatro ou cinco dias, reunia-nos para compartilhar seus insights. Eu me esforçava para absorver ao máximo seus ensinamentos.

Ele costumava dividir suas palestras em duas partes. Na primeira, abordava temas gerais; na segunda, compartilhava sua própria experiência: como conseguia Meditar a noite inteira, como enfrentava seus medos e como resolvia desafios na prática. Ele simplesmente se sentava e conversava conosco, mastigando sua noz de bétele.

Muitas vezes, o aprendizado do Dhamma ou as respostas para nossas perguntas surgiam enquanto lhe fazíamos massagens. Quem tinha a oportunidade de servi-lo — como seu acompanhante — recebia ensinamentos valiosos. Estar próximo dele e atendê-lo era como estar num ringue de boxe: o “oponente” (nossas próprias deficiências) nos atacava constantemente, exigindo que mantivéssemos a Atenção Plena a todo momento.

Por outro lado, quem apenas observava de longe, sem envolvimento direto, limitava-se ao papel de espectador. Sem a proximidade do mestre, perdia-se o estímulo constante para o crescimento no Dhamma. Claro, alguns praticantes avançam sozinhos, sem depender de incentivos externos. Mas estar próximo de um professor qualificado, como o Venerável Ananda que esteve com o Buda, foi uma oportunidade ímpar. Nem todos, porém, tiveram esse privilégio — o Buda tinha muitos discípulos, e apenas alguns se tornaram seus assistentes.

Contudo, a proximidade física não é essencial para a iluminação. Houveram discípulos que alcançaram a realização sem estarem sempre ao lado do Buda ou de outros mestres. Um exemplo notável é o de um leigo que, encontrando o Buda durante sua ronda de esmolas, pediu-lhe um ensinamento. O Buda inicialmente recusou, por considerar aquele momento inadequado, mas o homem insistiu. Então, o Buda resumiu o Dhamma em poucas palavras: “Reflita sobre a vacuidade de tudo — nada possui essência permanente.” O leigo, profundamente tocado, decidiu ordenar-se monge. Porém, no caminho para preparar seus pertences, foi morto por um touro. O Buda, reconhecendo sua realização, ordenou que suas cinzas fossem guardadas numa stūpa (local que servia para colocar ossos na época do Buddha).

Todos acumulamos méritos (puñña) e perfeições (pāramīs) em medidas variadas. Alguns estiveram perto do Buda a vida toda sem se iluminarem; outros, como Devadatta (era primo do Buddha), tornaram-se seus inimigos. Devadatta, arrogante após alcançar poderes meditativos, negligenciou o cultivo da sabedoria. Dominado por suas impurezas, deixou-se levar pela vaidade e ambicionou substituir o Buda.

Frustrado por ser rejeitado, Devadatta cometeu atrocidades: tentou assassinar o Buda três vezes, sem sucesso, e acabou caindo num abismo. Apesar disso, o Buda previu que, após expiar seus crimes no inferno, Devadatta renasceria como um pacceka-buddha (iluminado solitário), graças aos méritos acumulados em vidas passadas.

Assim, nenhum mérito se perde — mesmo que seus frutos não sejam colhidos imediatamente. As más ações de Devadatta adiaram seu despertar, mas não o cancelaram. Do mesmo modo, não devemos desanimar se nossos esforços parecem infrutíferos. Pode ser que o mérito ainda não seja suficiente ou que más ações anteriores ainda estejam sendo purgadas. O resultado do kamma é inevitável; é apenas uma questão de tempo.

Portanto, persevere. Não subestime o valor de sua prática. O que você cultivou com dedicação há de florescer quando as condições amadurecerem.


[1] Mesmo que Ajahn Maha Boowa Ñāṇasampaṇṇo

Pode ser que, devido ao tempo, as más ações que você praticou ainda superem as boas ações. Por isso, parece que você sempre enfrenta contratempos. É preciso aceitar que essas dificuldades podem ser fruto de suas ações passadas.

Você não pode mudar o que já foi feito — os resultados de atos bons e ruins virão no momento certo. Sua responsabilidade é: abster-se de todo mal, cultivar o que é benéfico e purificar sua mente. Essa é a essência dos ensinamentos de todos os Budas, conforme a Exortação Patimokkha (Ovada-patimokkha), proclamada no Magha-puja:

“Abstenha-se de todo mal.
Cultive o que é benéfico.
Purifique a mente.
Este é o ensinamento de todos os Budas.”

Portanto, não é preciso aguardar a vinda do Buda Ariya Metteyya; ele ensinará exatamente o mesmo que você ouve agora.

Se você não praticar a meditação, de nada adiantará encontrar inúmeros Budas — você continuará sem praticar. Tudo depende de você, não do seu professor. Os mestres já cumpriram seu papel; cabe a você decidir se está disposto a trilhar o caminho. Por isso, empenhe-se: liberte-se dos Prazeres mundanos, renuncie ao que for fútil ou prejudicial e dedique-se ao que é Virtuoso. Faça o que for possível:

  • Corte o que puder;
  • Viva com o mínimo;
  • Renuncie, pratique e mantenha o esforço.

Essas duas disciplinas — abandonar o mal e cultivar o bem — serão o seu Guia. Gênero e idade não importam. O que importa é sua Ação, pois ela é a causa primordial. Caso contrário, nem monges nem monjas alcançariam a Iluminação. Tudo depende da sua prática. Mantenha-se firme, confie no caminho que escolheu e persista com determinação. Os frutos virão.

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