Sayadaw U Thittilla
O ensinamento do Buda é chamado de Dhamma (ou Dharma, em sânscrito). Ele representa a verdade última, a realidade tal como é, e também a lei natural que rege tanto a mente humana quanto o universo. O Dhamma não é uma imposição divina, mas um princípio de harmonia e sabedoria que já reside dentro de cada ser. O Buda não exige adoração cega, mas convida o homem a agir com nobreza, pureza e compaixão, não para agradar a uma divindade, mas para honrar o que há de mais elevado em si mesmo. O Dhamma não se limita à ética humana — ele permeia todo o cosmos. As leis da física, da química e da astronomia são expressões do Dhamma, assim como as leis que regem a mente.
Quem vive em harmonia com o Dhamma supera o sofrimento e alcança Nibbāna (Nirvana), a libertação definitiva do ciclo de nascimento, doença, velhice e morte.
Budismo: Uma Jornada de Autoconhecimento, não de Dogmas
O budismo não é uma religião no sentido tradicional, baseada em fé cega ou adoração a um deus criador. É, antes, um convite à investigação. O Buda não partiu de pressupostos divinos, mas pesquisou, experimentou e compreendeu a natureza da existência, a origem do sofrimento e o caminho para sua cessação.
Ele não se apresenta como um salvador, mas como um guia que já percorreu o caminho. Sua função não é carregar ninguém até a libertação, mas mostrar a direção. Cabe a cada um trilhar sua própria jornada, enfrentando obstáculos e colhendo os frutos de seus esforços.
Assim, o budismo é um sistema de sabedoria prática, que convida o ser humano a confiar em si mesmo, a buscar a verdade dentro de sua própria experiência e a alcançar a libertação pelo próprio esforço.
“Você é seu próprio refúgio. Quem mais poderia ser seu refúgio?” (Buddha)