Ajahn Suchart Abhijāto
Seus pensamentos podem ser hábeis (kusalā) ou inábeis (akusalā). Quando os monges cantam em um funeral, ‘Kusalā dhammā akusalā dhammā abyākatā dhammā’, isso significa que existem três tipos de pensamentos ou misturas mentais: 1) Hábeis, 2) Inábeis e 3) Nem hábeis e nem inábeis.
Se você pensar de forma hábil, isso lhe trará paz de espírito. Se você pensar de forma inábil, isso lhe causará agitação mental e descontentamento (dukkha). Se você pensar de uma forma que não seja hábil nem inábil, isso não lhe trará paz de espírito e contentamento, nem agitação mental e descontentamento.
No entanto, pensar dessa maneira não é comparável a pensar de forma hábil — algo que esteja alinhado com o caminho (magga), porque pensar de forma hábil lhe trará paz de espírito e uma sensação de tranquilidade. Se você pensar de forma inábil, isso estará alinhado com seus vários desejos, apontando para o surgimento do descontentamento (samudaya).
Por exemplo, quando você está sozinho, pode querer encontrar amigos, tomar chá ou café, comer sobremesas ou procurar coisas na televisão e em livros. Se você pensar dessa maneira, isso é considerado inábil, porque causa desejo na Mente. Portanto, você não pode permanecer parado, buscando coisas para ter e fazer.
Suas ações gratificariam seus desejos apenas temporariamente. Depois de um curto período, seus pensamentos e desejos surgiriam novamente, porque se tornaram seu hábito. Tudo o que você gostava de fazer, você sempre pensará nisso. Depois de fazer isso por um tempo, você se cansará e parará de fazê-lo. Mas depois de descansar um pouco, você pensará nisso novamente. Sua vida se repete em ciclos de ações baseadas nesses desejos insaciáveis.
Se você prestar atenção em si mesmo, verá que agiu de acordo com seus desejos desde o dia em que nasceu. Você já teve o suficiente? Você já se sentiu verdadeiramente satisfeito? Você já fez o suficiente? Você já viu filmes e programas de TV suficientes. Você já foi a festas suficientes. Você já viajou e esteve em lugares suficientes. Talvez seja hora de parar. No entanto, tal sentimento nunca passou pela sua cabeça devido à natureza do seu desejo.
O Buda disse uma vez que nosso desejo é ilimitado e interminável: “Não importa quão grande seja o oceano, ele ainda tem um limite. Mas não é assim com o nosso desejo. Pois o desejo não tem limites nem fronteiras. Uma vez que um desejo surge, ele continuará indefinidamente, e se tornará cada vez mais forte.” É como as pessoas dizem: “Quando você tem um dedo, você quer um pé inteiro.” Quando você tem um pé, você quer um corpo inteiro. É assim mesmo: nosso desejo continua se multiplicando.
Então, quem carrega o fardo de satisfazer esses desejos? É a mente que está no comando e dá a ordem de buscar coisas, e então você tem que agir de acordo. Uma vez que você faz isso, ela só fica feliz por um curto período. Em breve haverá uma nova ordem para buscar outras coisas, e então você tem que agir de acordo com ela novamente. Se você não consegue as coisas que deseja, então a tristeza e a tristeza seguem — a decepção e o sofrimento surgem. O sofrimento também prevalece quando você perde as coisas que já obteve. Portanto procure desapegar, praticar (Meditar) e fazer ações hábeis.