Monges & Thanissaro Bhikkhu
A palavra Puja significa “adoração” e tem origem na cultura hindu da época da infância de Buda. Embora o termo seja utilizado também no budismo, seu significado não se refere à adoração de um deus ou divindade, mas sim a um gesto de comprometimento com o caminho budista, com o Dhamma, com o Iluminado Buda.
O puja budista pode ser realizado em diversos locais, como:
- Um altar doméstico;
- Um templo ou mosteiro;
- Uma stupa (local onde se guardavam ossos humanos);
- Um local de peregrinação.
Durante o puja, podem estar presentes imagens de Buda ou de seus discípulos, bem como de veneráveis mestres budistas, além de símbolos como:
- Flores de lótus (que representam a Iluminação) ou outra flor;
- A Roda Budista (símbolo principal do budismo, que representa o Dhamma).
Tradições do Puja
- No Theravada, o foco está em “criar mérito” — ou seja, acumular karma positivo por meio de oferendas aos monges, recitação de cânticos (que são lições do Dhamma) e textos budistas.
- Em muitas práticas, os rituais devocionais incluem:
- Prostrações (ajoelhar-se e curvar-se até tocar o chão com a testa, mãos, joelhos e pés), demonstrando respeito e buscando bênçãos;
- Oferendas, como flores naturais, alimentos, água e velas.
Simbolismo das Oferendas:
- Uma flor simboliza unidade e a lembrança que iremos morrer;
- Três flores representam as Três Joias (Tiratana: Buddha, Dhamma, Sangha);
- Água e comida expressam respeito, como se o Buda fosse um convidado de honra.
Para completar a PUJA MATINAL a seguir os Cânticos utilizados:
Arahaṃ sammāsambuddho bhagavā
Ao Arahant, o Abençoado, por si perfeitamente desperto,
Buddhaṃ bhagavantaṃ abhivādemi – [reverência]
Ao Buddha, o Abençoado, presto homenagem.
Svākkhāto bhagavatā dhammo
Ao ensinamento tão perfeitamente exposto pelo Abençoado,
Dhammaṃ namassāmi – [reverência]
Ao Dhamma, presto homenagem.
Supaṭipanno bhagavato sāvakasaṅgho
Aos discípulos do Abençoado que tão bem praticaram,
Saṅghaṃ namāmi – [reverência]
Ao Saṅgha, presto homenagem.
Homenagem preliminar
[Handa mayaṃ buddhassa bhagavato pubbabhāga – namakāraṃ karomase]
Namo tassa bhagavato arahato sammāsambuddhassa (três VEZES)
Homenagem ao Abençoado, o Arahant, por si perfeitamente desperto.
HOMENAGEM AO BUDDHA
[Handa mayaṃ buddhābhitthutiṃ karomase]
Yo so tathāgato arahaṃ sammāsambuddho
Aquele que atingiu a Verdade, o Arahant, por si perfeitamente
desperto.
Vijjācaraṇa-sampanno
Impecável em conhecimento e conduta,
Sugato – Que trilhou a boa senda,
Lokavidū – Conhecedor de todo o universo.
Anuttaro purisadamma-sārathi
Incomparável treinador daqueles que desejam treinamento,
Satthā deva – manussānaṃ
Professor de seres humanos e celestiais,
Buddho bhagavā – Desperto, abençoado,
Yo imaṃ lokaṃ sadevakaṃ samārakaṃ sabrahmakaṃ
A esse mundo com seus seres celestiais, Māra e Brahma,
Sassamaṇa- brāhmaṇiṃ pajaṃ sadeva-manussaṃ sayaṃ abhiññā
sacchikatvā pavedesi
Suas gerações de renunciantes, brâmanes, reis e súditos, ele expôs a
verdade, tendo a experienciado por si mesmo.
Yo dhammaṃ desesi ādi – kalyāṇaṃ majjhe-kalyāṇaṃ pariyosāna – kalyāṇaṃ
Ele ensinou o Dhamma, belo no começo, meio e fim,
Sātthaṃ sabyañjanaṃ kevala-paripuṇṇaṃ parisuddhaṃ brahma-cariyaṃ
pakāsesi
Explicou a via espiritual em sua essência e detalhes, completa,
insuperavelmente pura.
Tam-ahaṃ bhagavantaṃ abhipūjayāmi tam -ahaṃ bhagavantaṃ sirasā
namāmi – [reverência]
A esse Abençoado eu presto homenagem; a esse Abençoado, de
cabeça curvada, presto reverência.
Homenagem ao Dhamma
[Handa mayaṃ dhammābhitthutiṃ karomase]
Yo so svākkhāto bhagavatā dhammo
O Dhamma foi bem exposto pelo Abençoado,
Sandiṭṭhiko – Visível aqui e agora,
Akāliko – Atemporal,
Ehipassiko – Encorajando a enxergar por si mesmo,
Opanayiko – Conduzindo ao interior,
Paccattaṃ veditabbo viññūhi
A ser pessoalmente experienciado pelo(a) sábio(a).
Tam-ahaṃ dhammaṃ abhipūjayāmi tam-ahaṃ dhammaṃ sirasā namāmi
[reverência]
A esse Dhamma presto homenagem; a essa Verdade, de cabeça
curvada, presto reverência.
Homenagem ao Sangha
[Handa mayaṃ saṅghābhitthutiṃ karomase]
Yo so supaṭipanno bhagavato sāvakasaṅgho
Os Nobres Discípulos do Abençoado que tão bem praticaram,
Ujupaṭipanno bhagavato sāvakasaṅgho
Que praticaram de maneira direta,
Ñāyapaṭipanno bhagavato sāvakasaṅgho
Que praticaram de maneira apropriada,
Sāmīcipaṭipanno bhagavato sāvakasaṅgho
Que praticaram de maneira correta —
Yadidaṃ cattāri purisayugāni aṭṭha purisapuggalā
Ou seja, os quatro pares, os oito tipos de nobres seres —
Esa bhagavato sāvakasaṅgho
Assim é a Sāvaka Saṅgha do Abençoado.
Āhuneyyo – Merecedores de doações,
Pāhuneyyo – Merecedores de hospitalidade,
Dakkhiṇeyyo – Merecedores de oferendas,
Añjali-karaṇīyo – Merecedores de reverência;
Anuttaraṃ puññakkhettaṃ lokassa
Incomparável campo para cultivo de mérito neste mundo.
Tam-ahaṃ saṅghaṃ abhipūjayāmi tam -ahaṃ saṅghaṃ sirasā namāmi –
[reverência]
A esse Saṅgha presto homenagem; ao Saṅgha, de cabeça curvada,
presto reverência.
Saudação a Joia Tríplice
[Handa mayaṃ ratanattaya-paṇāma – gāthāyo c’eva saṃvega-parikittana-
pāṭhañca bhaṇāmase]
Buddho susuddho karuṇā -mahaṇṇavo
O Buddha, de perfeita pureza, de compaixão tal qual um oceano,
Yo’ccanta -suddhabbara- ñāṇa-locano
Possuidor da purificada visão da sabedoria,
Lokassa pāpūpakilesa – ghātako
Destruidor das impurezas e maldades do mundo:
Vandāmi buddhaṃ aham- ādarena taṃ
Com devoção reverencio este Buddha.
Dhammo padīpo viya tassa satthuno
Seu ensinamento, como uma lâmpada
Yo magga- pākāmata -bheda-bhinnako
Mostrando o Caminho, seus Frutos e o Imortal,
Lokuttaro yo ca tad-attha-dīpano
Transcendente e apontando o caminho para tal transcendência:
Vandāmi dhammaṃ aham-ādarena taṃ
Com devoção, reverencio este Dhamma.
Saṅgho sukhettābhyati-khetta-saññito
A Saṅgha, o mais excelente campo para cultivo de mérito,
Yo diṭṭha-santo sugatānubodhako
Aqueles que alcançaram paz, despertos após aquele que trilhou a boa
senda,
Lolappahīno ariyo sumedhaso
Nobres e sábios, tendo abandonado todo o anseio:
Vandāmi saṅghaṃ aham-ādarena taṃ
Com devoção, reverencio esta Saṅgha.
Iccevam-ekantabhipūja-neyyakaṃ vatthuttayaṃ vandayatābhisaṅkhataṃ
Essa homenagem é apropriada àquilo que possui valor.
Puññaṃ mayā yaṃ mama sabbupaddavā mā hontu ve tassa pabhāva –
siddhiyā
Pelo poder de tal mérito, que todos os obstáculos desapareçam.
Idha tathāgato loke uppanno arahaṃ sammāsambuddho
Aquele que alcançou a Verdade, um Arahant por si perfeitamente
desperto, surgiu no mundo,
Dhammo ca desito niyyāniko upasamiko parinibbāniko sambodhagāmī
sugatappavedito
E expôs o Dhamma que leva à saída (do samsāra ), que acalma, que
direciona à total Libertação, ao Despertar, tendo sido declarado por
aquele que trilhou a boa senda.
Mayan-taṃ dhammaṃ sutvā evaṃ jānāma
Tendo ouvido o Dhamma, sabemos:
Jātipi dukkhā – Nascer é sofrimento,
Jarāpi dukkhā – Envelhecer é sofrimento,
Maraṇampi dukkhaṃ – Morrer é sofrimento,
Soka-parideva-dukkha- domanass’upāyāsāpi dukkhā
Pesar, lamento, dor, angústia e desespero são sofrimento;
Appiyehi sampayogo dukkho
Estar vinculado(a) ao que é desagradável é sofrimento;
Piyehi vippayogo dukkho
Estar separado(a) do que é agradável é sofrimento;
Yamp’icchaṃ na labhati tampi dukkhaṃ
Não obter o que se deseja é sofrimento.
Saṅkhittena pañcupādānakkhandhā dukkhā
Em resumo, os cinco agregados aos quais nos apegamos são
sofrimento.
Seyyathīdaṃ
Nominalmente:
Rūpūpādānakkhandho – O agregado corporal,
Vedanūpādānakkhandho
O agregado das sensações,
Saññūpādānakkhandho
O agregado das percepções,
Saṅkhārūpādānakkhandho
O agregado das formações mentais,
Viññāṇūpādānakkhandho
O agregado da consciência sensorial.
Yesaṃ pariññāya
Para a completa compreensão disto,
Dharamāno so bhagavā evaṃ bahulaṃ sāvake vineti
O Abençoado, durante sua vida, frequentemente instruía seus
discípulos da seguinte maneira,
Evaṃ bhāgā ca panassa bhagavato sāvakesu anusāsanī bahulā pavattati
Muitas vezes enfatizando esse aspecto do seu ensinamento:
Rūpaṃ aniccaṃ
Corpo é impermanente,
Vedanā aniccā – Sensações são impermanentes,
Saññā aniccā – Percepções são impermanentes,
Saṅkhārā aniccā – Formações mentais são impermanentes,
Viññāṇaṃ aniccaṃ – Consciência sensorial é impermanente;
Rūpaṃ anattā – Corpo não é “eu”,
Vedanā anattā – Sensações não são “eu”,
Saññā anattā – Percepções não são “eu”,
Saṅkhārā anattā – Formações mentais não são “eu”,
Viññāṇaṃ anattā
Consciência sensorial não é “eu”.
Sabbe saṅkhārā aniccā
Todas as fabricações são impermanentes,
Sabbe dhammā anattā’ti
Nenhum fenômeno é “eu”.
Te (Ta) mayaṃ otiṇṇāmha jātiyā jarā-maraṇena
Todos(as) nós somos afligidos(as) por nascimento, velhice e morte;
Sokehi paridevehi dukkhehi domanassehi upāyāsehi
Pelo pesar, lamento, dor, angústia e desespero;
Dukkhotiṇṇā dukkha – paretā
Aflitos(as) pelo sofrimento, obstruídos(as) pelo sofrimento.
Appeva nāmimassa kevalassa dukkha – kkhandhassa antakiriyā
paññāyethā’ti
Que o fim dessa imensa massa de sofrimento seja experienciado!
[ Somente monges entoam]
Cira-parinibbutampi taṃ bhagavantaṃ uddissa arahantaṃ
sammāsambuddhaṃ
Tendo em mente o Abençoado, o Arahant, por si perfeitamente
desperto, que há muito alcançou Parinibbāna,
Saddhā agārasmā anagāriyaṃ pabbajitā
Abandonamos a vida laica e tomamos a vida monástica,
Tasmiṃ bhagavati brahma-cariyaṃ carāma
Praticando a vida espiritual prescrita pelo Abençoado,
Bhikkhūnaṃ/Sīladharānaṃ sikkhāsājīva – samāpannā
Equipados(as) com o modo de vida e treinamento dos monges/monjas.
Taṃ no brahma-cariyaṃ imassa kevalassa dukkha-kkhandhassa
antakiriyāya saṃvattatu
Que essa vida espiritual leve ao fim de todo sofrimento.
Final