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Calúnia, Palavras rudes e Fofocas prejudicam o Caminho Budista

Posted on 04/09/202504/09/2025 by Edmir Ribeiro Terra

Bhikkhu Bodhi

Abster-se de caluniar (Pisunaya Vacaya Veramani)

Aqui se evita a Fala Caluniosa e dela se abstém. O que se ouviu aqui, não se repita lá, para causar discórdia lá; e o que se ouviu lá, não se repete aqui, para causar dissensão aqui. Assim se una àqueles que estão divididos; e àqueles que estão unidos se encoraja. A concórdia alegra, causa deleite e regozijo; e é a concórdia que se espalha pelas palavras.

A fala caluniosa é a fala destinada a criar inimizade e divisão, destinada a alienar uma pessoa ou grupo de outro. O motivo por trás de tal fala é geralmente aversão, ressentimento do sucesso ou virtudes de um rival, a intenção de derrubar os outros por difamações verbais. Outros motivos também podem entrar em cena: a intenção cruel de magoar os outros, o desejo maligno de conquistar afeto para si mesmo, o prazer perverso de ver os amigos divididos.

A fala caluniosa é uma das mais graves transgressões morais. A raiz da aversão torna o kamma prejudicial já suficientemente pesado, mas como a ação geralmente ocorre após a delibertação, a força negativa se torna ainda mais forte porque a premeditação aumenta sua gravidade. Quando a declaração caluniosa é falsa, os dois erros de falsidade e calúnia se combinam para produzir um kamma prejudicial extremamente poderoso. Os textos canônicos registram vários casos em que a calúnia de um inocente levou a um imediato renascimento no plano de sofrimento.

O oposto da calúnia, como o Buda indicou, é a fala que promove a amizade e a harmonia. Tal fala se origina em uma mente de bondade e simpatia. Assim se ganha a confiança e o afeto dos outros, que sentem que podem confiar em alguém sem medo de que suas revelações sejam usadas contra eles. Além dos benefícios óbvios que tal fala traz na vida atual, diz-se que a abstenção de calúnias tem como resultado kâmmico o ganho de uma coleção de amigos que nunca podem se voltar contra si pelas palavras caluniosas de outros.

Abster-se de palavras rudes (Pharusaya Vacaya Veramani)

Aqui se evita a linguagem dura e dela se abstém. Se fala palavras que são gentis, tranquilizantes para os ouvidos, amorosas, palavras que vão ao coração e são corteses, amigáveis e agradáveis para muitos.

A fala rude (ou grosseira) é a palavra proferida com raiva, destinada a causar dor ao ouvinte. Tal fala pode assumir diferentes formas, das quais podemos citar três formas. A primeira é a fala abusiva: repreender, insultar ou reprovar outro com raiva com palavras amargas. A segunda forma é o insulto: ferir o outro, atribuindo-lhe alguma qualidade ofensiva que diminui sua dignidade. A terceira forma é o sarcasmo: falar com alguém de uma maneira que ostensivamente a elogia, mas com tal tom ou torção de frase que a intenção irônica se torna clara e causa dor.

A principal raiz da fala rude é a aversão, assumindo a forma de raiva. Uma vez que a corrupção neste caso tende a funcionar impulsivamente, sem delibertação, a transgressão é menos séria do que a calúnia e a consequência kâmica geralmente menos severa. Ainda assim, a fala rude é uma ação prejudicial com resultados desagradáveis para si mesmo e para os outros, tanto agora quanto no futuro, por isso deve ser contida e evitada. O antídoto ideal é a paciência – aprender a tolerar a culpa e a crítica dos outros, a simpatizar com suas deficiências, a respeitar as diferenças de ponto de vista, a suportar abusos sem se sentir compelido a retaliar.

O Buda pede paciência mesmo nas condições mais difíceis: “Monges, mesmo que ladrões e assassinos vissem através de seus membros e articulações, quem quer que se entregasse à raiva não estaria seguindo meu conselho. Pois assim vocês devem treinar a si mesmos: “Nossa mente permanecerá imperturbável, com o coração cheio de amor e livre de qualquer malícia oculta; e nessa pessoa devemos penetrar com pensamentos amorosos, amplos, profundos, ilimitados, livres de raiva e aversão.”

Abster-se de conversa frívola (Samphappalapa Veramani)

Aqui se evita conversa frívola e dela se abstém. Se fala na hora certa, de acordo com os fatos, fala o que é útil, fala do Dhamma e da disciplina; a fala é como um tesouro, proferida no momento certo, acompanhada de razão, moderada e cheia de sentido.

Conversa frívola é conversa sem sentido, fala que não tem propósito ou profundidade. Tal fala não comunica nada de valor, mas apenas desperta as impurezas na própria mente assim como nas dos outros. O Buda aconselha que a conversa frívola deve ser contida e a fala restrita o máximo possível a assuntos de importância genuína. No caso de um monge, o assunto típico da passagem citada, suas palavras devem ser seletivas e relacionadas principalmente com o Dhamma . Os leigos terão mais necessidade de conversas afetuosas com amigos e familiares, conversas educadas com conhecidos e conversas relacionadas com seu ramo de trabalho. Mas mesmo assim eles devem estar atentos para não deixar a conversa se perder em pastagens onde a mente inquieta, sempre ávida por algo doce ou picante para se alimentar, possa encontrar a chance de Satisfazer suas propensões profanas.

A exegese tradicional de abster-se de conversa frívola refere-se apenas em evitar o envolvimento em tais conversas. Mas hoje pode valer a pena dar a esse fator uma inclinação diferente, tornada imperativa por certos desenvolvimentos peculiares ao nosso próprio tempo, e que eram desconhecidos nos dias do Buda e dos antigos comentaristas dos textos. Isso implica em evitar a exposição à conversa frívola que constantemente nos bombardeia através dos novos meios de comunicação criados pela tecnologia moderna. Uma incrível variedade de dispositivos atuais — televisão, rádio, jornais, redes digitais, revistas pulp, cinema — produz um fluxo contínuo de informações desnecessárias e entretenimento que distrai, e cujo efeito líquido é deixar a Mente passiva, vazia e estéril.

Todos esses desenvolvimentos, ingenuamente aceitos como “progresso”, ameaçam embotar nossas sensibilidades estéticas e espirituais e nos ensurdecer para o chamado superior da vida contemplativa. Os aspirantes sérios no Caminho da Libertação têm que ser extremamente perspicazes ao que se permitem ser expostos. Eles serviriam muito às suas aspirações ao incluir essas fontes de diversão e informações desnecessárias na categoria de conversa frívola e fazer um esforço para evitá-las.

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