Michael Beisert
Uma reflexão para tentar ajudar quem ainda está buscando a melhor maneira de incorporar o Budismo na sua vida. A primeira e fundamental questão é o renascimento. Você acredita no renascimento? Se a resposta for sim, então o Budismo pode lhe ajudar.
Se a resposta for não, existem outras opções melhores que envolvem principalmente atividades com o corpo. Afinal se não tem renascimento a prioridade tem que ser este corpo.
Para aqueles que acreditam no renascimento tem uma outra questão. Como você enxerga a vida:
(1) sim tem suas dificuldades, mas sob a perspectiva dos prazeres dos sentidos, no geral, a vida é uma experiência gratificante: família, amigos, trabalho, amores, viagens, entretenimentos, comidas, bebidas e por aí vai;
(2) ou você considera que as dificuldades da vida, em particular as questões que motivaram o Buda – nascimento, enfermidade, envelhecimento e morte – são difíceis de lidar e superam os prazeres que são obtidos através dos sentidos, particularmente considerando que são repetidas vida após vida (considerando os renascimentos) e que valeria à pena se livrar de tudo isso.
Para aqueles que aceitam o renascimento mas estão de bem com a vida, o Budismo oferece a opção de praticar visando um melhor renascimento, evitando aqueles mundos mais desconfortáveis. Como praticar então? Praticando dana (generosidade) e sīla (mantendo preceitos de virtude), assim evitando kamma negativo de modo a aumentar a possibilidade de um bom renascimento.
Dar (dana) é um dos passos preliminares essenciais da prática budista. Quando praticada por si só, é a base do mérito ou kamma benéfico. Quando aliada à moralidade, concentração e discernimento, conduz, em última instância, à libertação do saṁsāra, o ciclo da existência repetida. Mesmo aqueles que já estão bem estabelecidos no caminho da emancipação continuam a praticar a doação, pois ela contribui para a riqueza, a beleza e o prazer em suas vidas restantes.
Sīla refere-se à conduta de comportamento ético que os praticantes do budismo procuram manter. Pode ser traduzido como “virtude”, “boa conduta,” “moralidade” “disciplina moral” Em algumas situações, sīla também pode significar “preceito”, como por exemplo em “cinco preceitos” e “manter todos os preceitos”, também é a segunda paramita.
Como todas as boas ações, um ato de doação nos trará felicidade no futuro, de acordo com a lei kammica de causa e efeito ensinada pelo Buda. Dar gera benefícios na vida presente e nas vidas futuras, quer tenhamos consciência disso ou não, mas quando a vontade é acompanhada de compreensão, podemos aumentar grandemente os méritos obtidos por nossas doações.
Para aqueles que estão saturados dessa vida humana a opção é seguir o Nobre Caminho Óctuplo quer seja como bhikkhu/bhikkhuni (monges/monjas), ou se preferir, continuar como leigo, organizando a vida de modo a trabalhar apenas o necessário e direcionar o tempo livre para a prática de meditação.
Completando também com o Nobre Caminho Óctuplo que deve ser praticado.