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A jornada de Ajahn Vajiro rumo à vida monástica começou com sua educação na Inglaterra, onde se formou em Economia em 1974. Um encontro crucial em 1977 com Ajahn Chah e Ajahn Sumedho no Hampstead Vihara, em Londres, influenciou profundamente sua vida. Inspirado por seus ensinamentos e presença, ele ingressou na comunidade monástica de Londres em 1978. Um ano depois, viajou para Wat Nong Pah Pong e Wat Pah Nanachat (Ubon Rachtatani), Warin, Tailândia. Em 3 de junho de 1980, recebeu a ordenação plena (Upasampadā) como bhikkhu (monge budista) de Ajahn Chah.
Ajahn Vajiro retornou à Inglaterra em 1984 e desempenhou um papel crucial na fundação do Mosteiro Budista Amaravati. Ele continuou a aprofundar sua prática e a compartilhar sua compreensão do Dhamma, residindo e ensinando em vários mosteiros no Reino Unido, Nova Zelândia e Austrália. O envolvimento de Ajahn Vajiro na fundação do mosteiro Vimokkhara em Melbourne, em 1998, marcou um passo significativo no desenvolvimento das comunidades monásticas budistas na Austrália. Em 2001, retornou a Amaravati, contribuindo ainda mais para seu crescimento e influência.
A área de especialização de Ajahn Vajiro no apoio a mosteiros estende-se à consultoria sobre as estruturas jurídicas que sustentam essas instituições. Sua orientação tem sido fundamental na elaboração e implementação de constituições organizacionais, particularmente aquelas que regem as entidades responsáveis pela manutenção e gestão dos ativos do mosteiro.
Um novo capítulo na vida monástica de Ajahn Vajiro começou em 2010, quando foi convidado a Portugal para auxiliar na fundação do Sumedhārāma, um mosteiro dedicado aos princípios da Tradição da Floresta. Desde 2012, ele reside lá, guiando a comunidade como seu abade. Sob sua liderança, Sumedhārāma tornou-se um local de prática e refúgio, atraindo aqueles que buscam aprofundar sua compreensão e experiência dos ensinamentos do Buda.
Ajahn Vajiro é um discípulo ocidental sênior de Ajahn Chah. Essa linhagem moldou profundamente sua própria abordagem de ensino. Assim como seu professor, Ajahn Vajiro enfatiza a importância da aplicação prática do Dharma por meio da meditação, especialmente da meditação Vipassana (insight), e do desenvolvimento da visão correta. Ele enfatiza a integração da atenção plena e da consciência na vida diária, incentivando os praticantes a cultivar sabedoria e compaixão em todas as suas atividades. Seus ensinamentos são conhecidos por sua acessibilidade e objetividade, tornando os princípios profundos do budismo compreensíveis e aplicáveis à vida contemporânea.
Livro em Português:
“Folhas da Árvore Bodhi” compila ensinamentos de Ajahn Chah e diversos discípulos da Tradição da Floresta. O livro aborda o desapego como chave para a libertação da mente, definindo Nibbāna (libertação) como a “realidade do não-apego” a ser experienciada no presente, não como um objetivo futuro.
A prática do Dhamma é enfatizada através da meditação, como a ānāpānasati (atenção plena na respiração), e o “reparar no espaço”, observando pensamentos e o sentido de si. Ensinamentos como o “não-lutar” e “não-devir” de Ajahn Amaro e a “prática da minhoca” de Ajahn Ñāṇarato, que simboliza Khanti (paciência), são centrais.
A obra guia no cultivo da sīla (preceitos morais), samādhi (concentração) e paññā (sabedoria), e no desenvolvimento das emoções maduras (Brahma Viharas: metta, karuna, mudita, upekkha). O objetivo é transcender ilusões e o sakkāya-diṭṭhi (ego), aceitando a natureza de anicca (impermanência), dukkha (sofrimento) e anattā (não-EU) para alcançar a paz e sabedoria duradouras.