Skip to content
Menu
Theravada
  • Início
  • News
  • Fundamentos
  • Livros
  • Cânticos
  • Galeria
  • Links
  • Dana
  • Fotos
    • Monges
    • Selos
    • Mosteiros
  • Sobre
Theravada

Primeira fala de Buda ao despertar

Posted on 17/09/202517/09/2025 by Edmir Ribeiro Terra

Narada Mahathera

Ao amanhecer do derradeiro dia de sua Iluminação, o Buda proferiu este hino de alegria (Udāna), que descreve vividamente sua vitória moral transcendental e sua experiência espiritual interior.

”Por incontáveis nascimentos no SAṀSĀRA (ciclo de renascimentos) vaguei, buscando, mas não encontrando, o construtor desta casa. Triste é o renascimento repetido. Ó construtor desta casa, agora tu és visto. Você não mais construirás nenhuma casa novamente. Todas as tuas vigas estão quebradas. Tua cumeeira está estilhaçada. A mente alcançou o Incondicionado. Realizado é o Fim do Desejo.”

O Buda admitiu que suas passadas peregrinações na existência, que acarretaram sofrimento, um fato que prova evidentemente a crença no renascimento. Ele foi compelido a peregrinar e, consequentemente, a sofrer, pois não conseguiu descobrir o arquiteto que construiu esta casa, o corpo. Em Seu nascimento final, enquanto se entregava à MEDITAÇÃO solitária, que havia desenvolvido intensamente ao longo de suas peregrinações, após uma busca incansável, ele descobriu, por sua própria sabedoria intuitiva, o arquiteto elusivo, residindo não fora, mas nos recessos de seu próprio coração. Era o desejo ou apego, uma autocriação, um elemento mental latente em tudo.

Como e quando esse DESEJO se originou é incompreensível. O que é criado por si mesmo pode ser destruído por si mesmo. A descoberta do arquiteto é a erradicação do desejo pela obtenção do estado de Arahant, que nestes versos é referido como “fim do desejo“.

As vigas desta casa autocriada são as IMPUREZAS mentais (kilesā), como o apego (lobha), a aversão (dosa), a ilusão (mōha), presunção (māna), falsas visões (ditthi), dúvida (vicikicchā), preguiça (thīna), inquietação (uddhacca), desavergonhamento moral (ahirika), destemor moral (anottappa). A cumeeira que sustenta as vigas representa a ignorância(avijjā), a causa raiz de todas as impurezas mentais. A destruição da cumeeira da ignorância pela sabedoria resulta na demolição completa da casa.

A cumeeira e as vigas são o material com o qual o arquiteto(mente) constrói esta casa(corpo) indesejada. Com a destruição delas, o arquiteto é privado do material para reconstruir a casa. Com a demolição da casa, a mente, para a qual não há lugar na analogia, atinge o estado incondicionado, que é Nibbāna. Tudo o que é mundano é deixado para trás, e somente o Estado Supramundano, Nibbāna, permanece.”

O Buda disse: “Bhārā have pañcakhandā” – os cinco agregados são um fardo muito pesado. Ao acordar, você precisa alimentar seu corpo e caminhar após a refeição. Precisa mudar de postura constantemente, tomar banho e realizar inúmeras tarefas. Por exemplo, quando alguém vem me visitar, tenho que dar um ensinamento sobre o Dhamma, orientá-lo e conversar com ele — tudo isso exige esforço.

Sem um corpo, você estaria em paz, pois não haveria necessidade de cuidar dele. A Mente pode se separar do corpo, ou seja, compreender o que é a Mente, o que é o corpo, o que traz felicidade e o que causa sofrimento. Quando a mente reconhece sua verdadeira natureza e discerne as causas da agitação, ela naturalmente se desapega. É melhor aceitar as coisas como são. Se ainda puder viver, viva. Quando chegar a hora de partir, parta. Ninguém pode viver para sempre; todos nós morreremos um dia. Por isso, aproveite a oportunidade e não desperdice seu tempo.

Enquanto estiver vivo, pratique o DHAMMA, cultive méritos e perfeições (pāramī) para progredir espiritualmente. Isso trará paz e clareza à mente, além de sabedoria para enfrentar as impurezas (kilesās) — o desejo, a aversão e a ilusão. Essas impurezas são seu verdadeiro desafio, mais do que qualquer outra coisa. Quanto aos outros, não tente consertá-los ou mudá-los, pois cada um deve trilhar seu próprio caminho. Ninguém pode transformar outra pessoa. Cuide de si mesmo, seguindo os ensinamentos daqueles que sabem, como o Buda e seus nobres discípulos.

Nem o Buda, nem nenhum mestre, podem eliminar suas impurezas por você. Eles só podem mostrar o caminho. Se você não praticar, as impurezas permanecerão. O corpo é uma ferramenta para purificar o coração. Você precisa dele para ouvir o Dhamma e, depois, colocá-lo em prática — eliminando as impurezas por meio da meditação sentada e da caminhada.

As impurezas também dependem do corpo. Elas o usam para se divertir, assistir a filmes, ouvir música, comer e beber. Assim como você precisa do corpo para o bem, as impurezas precisam dele para o mal.

Portanto, force-se a praticar a MEDITAÇÃO caminhando, visite o templo, não se deixe dominar. Quando você resiste ao poder das impurezas, o desejo e a ilusão enfraquecem até desaparecer. Então, nada mais perturbará sua mente. Você estará em paz em qualquer lugar — sentado, andando ou dormindo. A FELICIDADE virá de dentro, pois não haverá mais apego ao mundo externo. Você viverá e se alimentará apenas para sustentar o corpo, mas a Mente estará livre, sem desejo de possuir ou se tornar algo.

Post Views: 29

2 thoughts on “Primeira fala de Buda ao despertar”

  1. Denise de Fátimz disse:
    17/09/2025 às 14:20

    Excelente texto esclarecedor das primeiras palavras do Buda

    Responder
    1. Edmir Ribeiro Terra disse:
      17/09/2025 às 21:42

      Obrigado…. se puder compartilhar..

      Com Metta.

      Responder

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

  • Cânticos
  • Dana
  • Fotos
  • Fundamentos
  • Galeria
  • História
  • Links
  • Livros
  • Monges
  • Mosteiros
  • News
  • Selos
  • Textos

Pix de Apoio

edmirterra@gmail.com

©2025 Theravada | Powered by Superb Themes