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Budismo prático: assumindo a responsabilidade por nossas vidas

Posted on 20/08/202520/08/2025 by Edmir Ribeiro Terra

Ajahn Jayasaro

A qualidade de nossas vidas é condicionada pela qualidade de nossas ações. O budismo nos ensina a ter uma firme convicção no potencial humano. Ele afirma que somos criaturas que possuem a maravilhosa capacidade de assumir a responsabilidade pelo que pensamos, fazemos e dizemos, e de fazer de nossas vidas expressões de sabedoria e compaixão, em vez de egoísmo, medo e ganância.

Podemos desenvolver o poder e a habilidade de nos abster de atos de corpo, fala e mente que causam dor a nós mesmos e aos outros. Podemos aprender a realizar aqueles atos de corpo, fala e mente que levam à felicidade e à paz. Podemos purificar nossas mentes. Assim, o budismo se preocupa com a natureza de nossas vidas e com os meios pelos quais podemos erradicar o descontentamento e o vazio que tanto as afligem. Consequentemente, os ensinamentos do budismo não devem ser vistos como dogmas a serem seguidos, mas como ferramentas a serem usadas para desenvolver nosso potencial inerente.

O budismo é uma religião que considera a sabedoria, e não a fé, a virtude mais importante. O Buda disse que, se nos olharmos com muita atenção e honestidade, encontraremos um poço de doença e conflito em nossa mente. Ele disse que a raiz subjacente dessa dor é a nossa ignorância e os equívocos fundamentais que cultivamos sobre a verdadeira natureza da nossa existência. O caminho para a verdadeira felicidade, portanto, reside em remediar nossas ideias equivocadas sobre como as coisas são, e para essa tarefa precisamos de uma sabedoria fundamentada na generosidade e na moralidade, fortalecida por uma calma clareza mental. Na perspectiva budista, nossas vidas têm dignidade e significado na medida em que se inclinam para a verdade e a testemunham.

GENEROSIDADE

Em seu nível mais básico, nossa compreensão equivocada da vida, caracterizada por um apego tenaz ao senso de “eu” e “meu”, manifesta-se externamente como egoísmo e possessividade. O primeiro nível da prática budista envolve minar nossa tolice, neutralizando suas expressões. Desenvolvemos um coração generoso. O Buda nos encorajou a doar com sabedoria e altruísmo, sem buscar qualquer tipo de recompensa.

Ele falou de três tipos de doação: a doação de bens materiais a quem os merece, por exemplo, comida a monges mendicantes ou esmola aos pobres; a doação de perdão àqueles que nos prejudicaram; e, por último e mais excelente, a doação da verdade, compartilhando com alegria qualquer conhecimento mundano ou compreensão espiritual que tenhamos adquirido.

A generosidade, além de corroer a preocupação egoísta, traz alegria e leveza à mente e cria laços de amor e amizade dentro de uma sociedade. Quanto menos apego às coisas tivermos, mais podemos nos abrir para o mundo ao nosso redor e contribuir positivamente para ele.

MORALIDADE

A moralidade, o segundo aspecto do treinamento budista, também se preocupa profundamente com as coisas que fazemos e dizemos. Ações e discursos que procedem de estados mentais prejudiciais prejudicam tanto a nós mesmos quanto aos outros. No budismo, moralidade é definida como a vontade de se abster de tais palavras e atos. Ao não reforçar o poder das emoções negativas por meio da repressão interna ou da expressão externa, mas simplesmente observá-las e suportá-las com calma, o domínio das aflições sobre nós é enfraquecido e começamos a nos libertar delas.

O treinamento em moralidade consiste no compromisso com certos preceitos como princípios norteadores da vida diária. Para os budistas leigos, esses preceitos são em número de cinco, a saber:

Abster-se de tirar vidas (matar)
Abster-se de roubar/furtar (pegar o que não te pertence)
Abster-se de má conduta (inadequada
) sexual
Abster-se de discursos mentirosos (mentira)
Abster-se do usar/ingerir de substâncias tóxicas.

Esses preceitos não são mandamentos nem devem ser obedecidos cegamente, mas sim ferramentas que devem ser habilmente utilizadas para harmonizar a maneira como vivemos com as verdades espirituais.

Embora formulados de forma negativa, os preceitos naturalmente engendram virtudes de gentileza, honestidade, contentamento, veracidade e diligência. Quem observa os preceitos com pureza vê os sentimentos de culpa e autocensura suplantados pelos de bem-estar e autorrespeito. A mente se inclina para a paz e a clareza. A moralidade é, portanto, a base sólida para todo esforço espiritual e pode ser vista como o alicerce indispensável para uma sociedade inteligente e solidária.

MEDITAÇÃO

O terceiro aspecto do budismo é a meditação, o desenvolvimento da calma mental e da percepção. Em seu estado normal, nossas mentes estão dispersas e descontroladas. Achamos difícil parar de pensar, mesmo que por um instante. A tremenda energia da mente, portanto, nunca é aproveitada e bem utilizada. A meditação é uma maneira de concentrar a mente, permitindo que ela se afaste de suas preocupações habituais e penetre na verdade de nossa existência.

A meditação não é meramente um meio de relaxamento, nem uma técnica para escapar de responsabilidades estressantes e entrar em transe feliz. É, ao contrário, um meio preciso para aguçar, fortalecer e, por fim, purificar as faculdades mentais. Inicialmente, concentra-se a mente em um objeto específico, assim como, para domar um animal selvagem, amarra-se ele a um poste. Existem muitos objetos possíveis para esse propósito. Um que muitas pessoas consideram útil é a sensação da respiração na ponta das narinas, mas, seja qual for o objeto empregado, o importante é manter uma consciência atenta, alerta e contínua dele.

No início, é claro, não conseguimos. Concentração é difícil. Ela vai contra a corrente da nossa distração. Mas com paciência, perseverança e bom humor, não é impossível. Quando a mente se afasta do objeto, gentilmente, mas com firmeza, a trazemos de volta – repetidas vezes.

Com o tempo, a concentração se torna mais ou menos fácil e a mente, brilhante e firme. Aqui, deixando de lado o objeto inicial, apenas mantemos uma consciência nítida e clara de tudo o que está emergindo – seja uma sensação física, um sentimento, um pensamento, uma percepção ou o que for – permanecendo com a natureza mutável de cada fenômeno em vez de seu conteúdo.

Se a mente estiver suficientemente estabilizada pela concentração, somos capazes de manter um olhar equânime sobre a realidade presente, e uma apreciação direta e não conceitual da verdadeira natureza da nossa existência começa a crescer. À medida que nos damos conta da natureza mutável, instável e insignificante de tudo o que compõe nossas vidas, nossas ideias e suposições equivocadas sobre nós mesmos desaparecem e nosso apego às coisas é completamente minado. É aqui que a verdadeira paz e libertação, a maior conquista dos seres humanos e o objetivo do budismo, são finalmente alcançadas.

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