Skip to content
Menu
Theravada
  • Início
  • News
  • Fundamentos
  • Livros
  • Cânticos
  • Galeria
  • Links
  • Dana
  • Fotos
    • Monges
    • Selos
    • Mosteiros
  • Sobre
Theravada

A Imagem do Nibbana (Nirvana)

Posted on 30/06/202530/06/2025 by Edmir Ribeiro Terra

Thanissaro Bhikku

Todos nós sabemos o que acontece quando o fogo se extingue. As chamas
morrem e o fogo desaparece. É por isso que, quando, ouvimos pela primeira vez, que
o nome do objetivo da prática budista, o Nibbana (ou Nirvana), quer dizer literalmente a
extinção de um fogo, é difícil imaginar uma imagem mais fatal para um objetivo
espiritual: a aniquilação total. Mas, na verdade, essa leitura do conceito é um erro de
tradução, não tanto pelas palavras usadas na tradução, mas pela imagem que é
transmitida. O que um fogo extinto representava para os indianos na época do
Buddha? Algo muito diferente de aniquilação.

Para os brâmanes antigos, quando um fogo se extinguia, ele entrava em um
estado de latência. Ao invés de deixar de existir, ele se tornava dormente e, nesse
estado — desprendido de qualquer combustível em particular — ele se difundia por
todo o cosmos. Quando o Buddha usou essa imagem para explicar Nibbana para os
brâmanes indianos da sua época, ele transcendeu a questão de se um fogo extinto
continua a existir ou não, e concentrou-se na impossibilidade de definir um fogo que
não está queimando: vem daí a sua afirmação de que é impossível descrever uma
pessoa que se “extinguiu” totalmente.

No entanto, ao ensinar aos seus próprios discípulos, o Buddha usou nibbana
mais como uma imagem de liberdade. Aparentemente, todos os indianos naquela
época viam o fogo queimando como algo agitado, dependente e preso — tanto preso
quanto apegado a seu combustível enquanto queimava. Para acender um fogo,
alguém tem que “capturá-lo”. Quando o fogo se desvincula do seu combustível, ele
se “liberta”, se desprende de sua agitação, dependência e prisão — fica tranquilo e
sem limites. É por isso que a poesia em lígua Pali repetidamente usa a imagem de um fogo
se extinguindo como uma metáfora da liberdade.

Na verdade, essa metáfora faz parte de uma sequência de analogias figurativas,
relacionadas ao fogo que também envolve outros dois termos relacionados. Upadana ,
ou apego, também se refere ao sustento que o fogo tira de seu combustível. Khandha
significa, não apenas um dos cinco “amontoados” (forma, sensação, percepção,
processos de pensamento e consciência) que definem toda a experiência
condicionada, mas também o tronco de uma árvore. Da mesma forma que um fogo
se apaga, quando ele para de se apegar e tirar seu sustento da madeira, a mente está
liberta, quando ela para de se apegar aos khandhas.

É por isso que a imagem que está implícita a de nirvana é a de liberdade. Os comentários em Pali reforçam esse ponto ao traçar a palavra nibbana até sua raiz

verbal, que quer dizer “desprendimento”. Que tipo de desprendimento? Os textos
descrevem dois níveis.O primeiro é o desprendimento nesta vida, simbolizado por um fogo
que se apagou, mas cujas brasas ainda estão mornas. Esse estado simboliza o
arahant iluminado, que está consciente de objetos visuais e auditivos, que é sensível
ao prazer e à dor, mas que está liberto da Paixão, da Aversão e da Delusão.

O segundo nível de desprendimento, simbolizado por um fogo que está totalmente extinto, de
tal forma que suas brasas já estão frias, é o que acontece com o arahant depois desta
vida. Todos os canais de entrada dos sentidos se esfriam, e, ele/ela está totalmente
liberto até mesmo dos mais sutis estresses e limitações da existência no tempo e
espaço.

O Buddha insiste que esse nível é indescritível, até mesmo em termos de
existência ou não existência, porque todas as palavras funcionam apenas para coisas
que tenham limites. Tudo o que ele diz a esse respeito, — além de imagens e
metáforas — é para que tenhamos uma perspectiva dessa experiência nesta vida e
uma noção de que essa é a felicidade absoluta, algo que verdadeiramente vale à pena
conhecer.

Então, da próxima vez que você enxergar um fogo se apagando, não o veja como
um caso de aniquilação, mas como uma lição a respeito de como a liberdade é
encontrada quando se abre mão de tudo.

Post Views: 20

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

  • Cânticos
  • Dana
  • Fotos
  • Fundamentos
  • Galeria
  • História
  • Links
  • Livros
  • Monges
  • Mosteiros
  • News
  • Selos
  • Textos

Pix de Apoio

edmirterra@gmail.com

©2025 Theravada | Powered by Superb Themes