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Rotina diária de Buddha

Posted on 27/06/202527/06/2025 by Edmir Ribeiro Terra

Nārada Mahāthera

A Rotina Diária do Buda

“O Senhor está desperto. Ele ensina o Dhamma para o despertar.” — Majjhima Nikāya

O Buda pode ser considerado o mais enérgico e ativo de todos os mestres religiosos que viveram no planeta Terra. Ele se ocupava o dia inteiro com suas atividades religiosas, exceto quando atendia às suas necessidades físicas. Era metódico e sistemático na execução de seus deveres diários. Sua vida interior era de Meditação e estava preocupada em experimentar a bem-aventurança nibbânica, enquanto sua vida exterior era de serviço altruísta para a elevação moral do mundo. Iluminado, ele se esforçava ao máximo para iluminar os outros e libertá-los dos males da vida.

Seu dia era dividido em cinco partes: (i) a sessão da manhã, (ii) a sessão da tarde, (iii) a primeira vigília, (iv) a vigília do meio (noite) e (v) a última vigília.

A Sessão da Manhã

Geralmente, de manhã cedo, ele observa o mundo com seu olhar divino para ver quem poderia ajudar. Se alguém precisa de sua assistência espiritual, sem ser convidado, ele ia, muitas vezes a pé, às vezes voava (sem que vissem), usando seus poderes psíquicos, e chegando ao local convertia a essa pessoa ao caminho certo.

Via de regra, ele vai em busca dos perversos e impuros, mas os puros e virtuosos vinham em sua busca. Por exemplo, o Buda foi por conta própria converter o ladrão e assassino Aṅgulimāla e o demônio perverso Áḷavaka, mas o jovem piedoso Visākhā, o generoso rei milionário Anāthapiṇḍika e os intelectuais seguidores Sāriputta e Moggallāna se aproximaram dele em busca de orientação espiritual.

Ao prestar tal serviço espiritual a quem quer que seja necessário, se não for convidado a participar da esmola por um leigo em algum lugar específico, ele, diante de quem reis se prostravam, saía em busca de esmolas por becos e ruas, com uma tigela (pinda) na mão, sozinho ou com seus discípulos.

Parado em silêncio à porta de cada casa, sem dizer uma palavra, ele coletava a comida oferecida, colocava na tigela e retornava ao mosteiro onde estava hospedado. Mesmo aos oitenta anos, quando já era idoso e com a saúde frágil, fazia sua ronda de esmolas na cidade de Vesāli.

Antes do meio-dia, ele terminava sua refeição. Imediatamente após o almoço, diariamente, ele proferia um breve discurso ao povo, estabelecendo-o nos três refúgios e nos cinco preceitos e, se alguém é espiritualmente avançado, lhe é mostrado o caminho para a santidade.

Às vezes, ele concedia ordenação a quem busca admissão à ordem e então se retirava para seus aposentos a descansar.

A Sessão da Tarde

Após o almoço, ele se sentava no monastério e os bhikkhus se reuniam para ouvir sua exposição do Dhamma. Alguns se aproximam dele para receber objetos de Meditação adequados a seus temperamentos; outros lhe prestavam as devidas homenagens e se retiravam para suas acomodações para passar a tarde.

Após seu discurso ou exortação aos seus discípulos, ele próprio se retirava para seu quarto particular e cheiroso pela limpeza para descansar. Se desejasse, deitava-se sobre o lado direito e dormia por um tempo com plena consciência. Ao se levantar, ele atinge o êxtase da grande compaixão (Mahā-karuṇā-samāpatti) e observa, com seu olho[1] divino, o mundo, especialmente os bhikkhus que se retiraram para a solidão para meditação e outros discípulos, a fim de dar-lhes qualquer conselho espiritual necessário. Se os errantes que precisam de conselho estiverem distantes, ele vai até lá com poderes psíquicos, os adverte e se retirava novamente para seu quarto.

Ao anoitecer, os seguidores leigos afluíam a ele para ouvir o Dhamma. Percebendo suas tendências inatas e seus temperamentos com o olho de Buda, ele prega a eles por cerca de uma hora. Cada membro da audiência, embora de constituição diferente, pensa que o sermão do Buda é dirigido em particular a ele. Esse era o método do Buda para expor o Dhamma. Via de regra, o Buda converte os outros explicando seus ensinamentos com ilustrações e parábolas simples, pois ele apela mais ao intelecto do que à emoção.

Para o homem comum, o Buda fala inicialmente de generosidade, disciplina e bem-aventurança celestial. Para os mais avançados, ele fala sobre os males dos prazeres materiais e sobre as bênçãos da renúncia. Para os muito avançados, ele expunha as Quatro Nobres verdades. Em raras ocasiões, como no caso de Aṅgulimāla e Khemā, o Buda recorreu a seus poderes psíquicos para efetuar uma mudança no coração de seus ouvintes.

Os sublimes ensinamentos do Buda atraíram tanto as massas populares quanto a intelectualidade. Um poeta budista canta: “Dando alegria aos sábios, promovendo a inteligência dos medianos e dissipando a escuridão dos obtusos, este discurso é para todos.”

Tanto ricos quanto pobres, os nobres e os humildes, renunciaram às suas antigas crenças e abraçaram a nova mensagem de paz. O jovem sāsana (dispensação do Buda), inaugurado com um núcleo inicial de cinco ascetas, logo se desenvolveu em milhões e se espalhou pacificamente por toda a Índia Central.

A Primeira Vigília – NOITE

Este período da noite se estende das 18h às 22h e era reservado exclusivamente para instrução aos bhikkhus (monges). Durante esse período, os bhikkhus tinham liberdade para se aproximar do Buda e esclarecer suas dúvidas, questioná-lo sobre as complexidades do Dhamma, obter objetos adequados para meditação e ouvir a doutrina.

A Vigília do Meio – NOITE

Durante este período, que se estende das 22h às 2h, seres celestiais, como devas e brahmas (seres similares a anjos), invisíveis ao olho humano físico, aproximavam-se do Buda para perguntarem sobre o Dhamma. Uma passagem frequentemente recorrente nos suttas é: “Agora, quando a noite já estava bem avançada, um certo deva de esplendor incomparável aproximou-se do Buda, saudou-o respeitosamente e ficou a um lado.” Vários discursos e respostas às suas perguntas aparecem no Saṃyutta Nikāya.

A Última Vigília – Madrugada

As primeiras horas da manhã, que se estendem das 2h às 6h, que constituem a última vigília, são divididas em quatro partes. A primeira parte é dedicada a andar de um lado para o outro (caṅkamana). Isso lhe serve como um exercício físico suave. Durante a segunda parte, das 3h às 4h, ele dorme conscientemente sobre o lado direito. Durante a terceira parte, das 4h às 5h, ele atinge o estado de Arahant e experimenta a bem-aventurança nibbânica. Por uma hora inteira, das 5h às 6h, ele atinge o êxtase da grande compaixão (Mahā-karuṇā-samāpatti) e irradia pensamentos de bondade amorosa para com todos os seres, amolecendo seus corações. Nessa hora da manhã, ele observa o mundo inteiro com seu olho búdico para ver se pode ser útil a alguém.

Os virtuosos e aqueles que precisam de sua ajuda aparecem vividamente diante dele, mesmo que vivessem a uma distância remota. Por compaixão por eles, ele vai por conta própria e presta a assistência espiritual necessária.

Ele está totalmente ocupado com seus deveres religiosos durante o dia todo. Diferentemente de qualquer outro ser vivo, ele dorme apenas uma hora à noite. Por duas horas inteiras pela manhã e ao amanhecer, ele permeia o mundo inteiro com pensamentos de amor ilimitado e traz felicidade a milhões.

Levando uma vida de pobreza voluntária, buscando esmolas sem incomodar ninguém, vagando de um lugar para outro por oito meses ao longo de cada ano pregando seu sublime Dhamma, ele trabalhou incansavelmente pelo bem e pela felicidade de todos até seus oitenta anos.

De acordo com o Dharmapradīpikā, a última vigília é dividida nestas quatro partes. De acordo com os comentários, a última vigília consiste em três partes. Durante a terceira parte, o Buda alcança o êxtase da grande Compaixão.


[1] Buddhacakkhu constitui o conhecimento das inclinações do indivíduo (āsaya) e das tendências inatas (āsayānusaya-ñāṇa) e o conhecimento da lentidão e da agudeza de faculdades como confiança, Atenção Plena, concentração, energia e sabedoria (indriyaparopariyattana-ñāṇa)

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2 thoughts on “Rotina diária de Buddha”

  1. Marcia santos disse:
    27/06/2025 às 17:56

    Fico feliz por ter encontrado esse espaço tão inspirador. Sou totalmente iniciante no caminho de Buda, e ler sobre sua rotina diária foi acolhedor e esclarecedor. Agradeço de coração pelo conteúdo compartilhado!

    Responder
    1. Edmir Ribeiro Terra disse:
      28/06/2025 às 20:52

      Namo Tassa Bhagavato Arahato Sammasambudassa
      (reverência ao Buddha a Ele, o Abençoado, o Digno, perfeitamente Iluminado por si mesmo)

      Que grande ALEGRIA recebr esta sua manifestação, que as leituras lhe
      sejam proveitosas e te mostrem o Caminho.
      Havendo dúvidas e perguntas relativas se soubermos, reponderemos
      com maior prazer e contentamento.

      Bom Domingo. _/\_ ;-))

      Responder

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