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Gratidão e generosidade

Posted on 22/06/202522/06/2025 by Edmir Ribeiro Terra

Randula

Gratidão – Ajahn Sumedho

Uma vida sem gratidão é uma vida sem alegria. Se a vida se resume a uma reclamação contínua sobre as injustiças que sofremos, sem jamais recordar o bem que nos foi feito, caímos na depressão — um mal tão comum em nossos dias. Torna-se impossível imaginar a felicidade novamente: acreditamos que a miséria é eterna. Esta reflexão é especialmente oportuna para sentarmos em contemplação, trazendo à mente aqueles seres pelos quais somos gratos, especialmente em tempos em que a vida pode parecer profundamente injusta.

Pessoas raras neste mundo

O Buda valorizava tanto a gratidão que considerava as pessoas gratas tão raras quanto o surgimento de um Buda e do Dhamma no mundo.

“O aparecimento de três pessoas é raro no mundo. Quais são as três pessoas?
O aparecimento de um Buda…
O aparecimento de alguém que ensina o Dhamma e o Vinaya proclamados pelo Buda…
E o aparecimento de uma pessoa grata (kataññu) e que retribui o auxílio (katavedi) — essas são raras no mundo.” (AN 3:114)

“Há duas pessoas difíceis de encontrar no mundo. Quais são as duas pessoas?
Primeira, aquela que se oferece para ajudar os outros de forma altruísta (pubbakari).
Segunda, aquela que é grata e reconhece a gentileza recebida (kataññu).” (AN 2:119)

Gratidão nos ensinamentos

No Dhamma, a gratidão é chamada de kataññu–katavedi. Ela possui dois aspectos: o primeiro é reconhecer e sentir gratidão; o segundo é agir de acordo com esse sentimento. Kataññuta é a consciência dos benefícios recebidos pela bondade alheia e o sentimento de gratidão que surge. Katavedi é a expressão dessa gratidão por meio de palavras e ações.

Gratidão aos ensinamentos

Sabemos que a dádiva do Dhamma supera todas as outras, pois liberta os seres do sofrimento de forma definitiva — não apenas de maneira temporária, como ocorre com os meios mundanos. Quem vive e age de acordo com o Dhamma está no Caminho que conduz à libertação total do sofrimento. Portanto, para receber essa dádiva sublime, devemos cultivar profunda gratidão pela comunidade monástica e pelo monastério.

Mas como podemos expressar essa gratidão? O Buda oferece orientações no Sigālovāda Sutta (Dīgha Nikāya 31), um discurso dirigido a Sigālaka, um praticante leigo, sobre como viver uma vida doméstica harmoniosa. Nele, o Buda descreve os tipos de relacionamentos que existem e nossas responsabilidades em cada um. No que diz respeito aos ascetas, nossa obrigação é quíntupla:

  1. Ações gentis
  2. Palavras gentis
  3. Pensamentos gentis
  4. Manter a porta aberta
  5. Prover necessidades materiais

Os três primeiros pontos estão relacionados a Sīla (virtude), enquanto os dois últimos pertencem a Dāna (generosidade).

Dāna e os ensinamentos

Dāna é parte essencial de nossa prática — muitas vezes subestimada como “básica” ou elementar. Ela compõe, junto com Sīla (virtude) e Bhāvanā (cultivo mental), os três pilares do caminho. Todos devem ser desenvolvidos para que o coração desperte e veja com clareza. Negligenciar um deles seria como ter um banco com uma perna só: incapaz de se sustentar. Dois pilares ainda são instáveis, mas com três, o banco se firma, equilibrado e capaz de suportar o peso do mundo.

Como ensinou Ajahn Lee:

“Primeiro, aprendemos dāna — ser generosos, fazer oferendas — como estratégia para praticar o desapego.
Depois, vem cāga — renunciar à posse — um nível mais elevado de desapego.
Por fim, no estágio mais refinado, renunciamos a todo upadhi, as impurezas da mente que criam apego. É nesse nível que investigamos até alcançar a libertação total.”

Portanto, embora a gratidão e Dāna sejam frequentemente negligenciadas em discussões sobre o Dhamma por parecerem simples, eu os encorajo a observá-las, contemplá-las e integrá-las em suas vidas. Lembrem-se ativamente daqueles que os ajudaram e retribuam com ações. Lembrem-se também de que o Caminho é uma descida gradual no oceano da sabedoria. Não podemos mergulhar nas profundezas sem antes aprender a nadar. Isso exige o cultivo equilibrado de Dāna, Sīla e Bhāvanā. Todos são igualmente importantes, assim como cada perna sustenta o banco.

“O Buda disse que nascer como ser humano é raro, mas usar essa vida para alcançar a perfeição é ainda mais raro.” — Ajahn Chah

Quando cada fio do coração é fortalecido e amadurece, só então a mente estará plenamente desperta para ver com clareza. Só então a sabedoria surgirá, libertando-nos de todo sofrimento. Pois, no fim, a maior Dāna de todas é renunciar ao nosso próprio senso de identidade — e é isso que nos conduz à verdadeira liberdade, além deste ciclo de sofrimento.

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