Ajahn Anan
Haverá momentos em que a Mente estará demasiado agitada para simplesmente observar a respiração ou manter-se em uma palavra de Meditação. Nessas ocasiões, podemos recorrer à reflexão sábia — o uso consciente do pensamento para trazer serenidade à Mente. Podemos recordar as qualidades do Buda, contemplar as Quatro Moradas Sublimes, refletir sobre a impermanência da vida, entoar cânticos ou outras formas de contemplação do Dhamma.
Alguns praticantes identificam-se mais com a meditação reflexiva e contemplativa, enquanto outros encontram paz com maior facilidade ao focar em um único objeto, como a respiração. Muitos, porém, beneficiam-se ao alternar entre essas duas abordagens para acalmar a mente.
Na tradição da floresta tailandesa (Theravāda), é comum utilizar a recordação do Buda como objeto principal de Meditação. Além de sincronizar “Buddho” com a respiração, podemos contemplar suas qualidades para tranquilizar a mente. O Buda era plenamente desperto: sua mente, pura, livre de impurezas e sofrimento, permanecia em paz constante. Ele não apenas purificou sua própria mente, libertando-a da Delusão e do Apego, mas também desenvolveu a sabedoria para guiar outras pessoas no mesmo caminho.

Movidos pela FÉ no Buda e em seus ensinamentos, é costume reverenciar sua estátua com três prostrações ao entrar ou sair de um salão ou local de Meditação. Esse gesto simboliza a recordação de sua Iluminação e seu significado.
Recordamos suas qualidades — a imensa compaixão, a pureza e a sabedoria que cultivou ao longo de incontáveis vidas, mantendo o voto de tornar-se um Buda. Esse voto concretizou-se quando ele experimentou a libertação sob a árvore Bodhi, na Índia, há 2.570 anos. A partir de então, ensinou o caminho para a Libertação do sofrimento, revelando a paz e a felicidade perfeitas por meio da bondade e compaixão por todos os seres. Seus discípulos, ao alcançarem a Iluminação, disseminaram esses ensinamentos, que perduram até hoje, permitindo que seres iluminados continuem a surgir no mundo.