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Os Ensinamentos de Buda para o Mundo

Posted on 04/11/202404/11/2024 by Edmir Ribeiro Terra

Sebastian Gäb

Mais que meditação: o budismo como filosofia e religião. O filósofo religioso Sebastian Gäb em uma recente entrevista.

O budismo é mais uma religião ou uma filosofia?

Sebastian Gäb: A suposição por trás desta questão é que tem que ser uma ou outra. Critérios como “crença” são frequentemente considerados típicos das religiões, enquanto a filosofia ou a ciência são baseadas na experiência e no conhecimento. Mas as religiões, incluindo o Budismo, são fenômenos grandes e complexos que combinam ambos. As religiões sempre têm teorias filosóficas sobre o mundo, sobre o que é bom e sobre o que é mau. Se excluirmos os elementos tipicamente religiosos, então o Budismo também pode ser entendido como uma filosofia pura. É uma questão de saber com que interesse de pesquisa se aborda o Budismo.

Que aspectos religiosos existem no Budismo?

Sebastian Gäb: O “transcendente” é muitas vezes visto como característico das religiões, ou seja, algo que vai além da realidade profana e cotidiana. No Budismo, por exemplo, esses são os conceitos de renascimento, saída do ciclo de sofrimento (samsara) e conquista do Nibbana (nirvana). No budismo praticado, rituais religiosos como a adoração de Budas ou instituições como mosteiros também fazem parte dele.

O budismo é uma visão de mundo muito antiga. Como as circunstâncias históricas se comparam ao Budismo de hoje – num mundo com diversos desafios e restrições?

Sebastian Gäb: A situação em que surgiu o Budismo é mais semelhante à atual do que se possa imaginar. Foi criado num momento de mudança social na Índia, quando as pessoas questionavam cada vez mais a religião védica tradicional. No contexto de uma economia e de uma sociedade cada vez mais complexas, a mobilidade social e a ruptura das estruturas tradicionais aumentaram. Semelhante a hoje, as pessoas começaram a buscar um significado por conta própria e a desenvolver novas formas de pensar e de viver.

Um dos objetivos do Budismo é a Iluminação, o reconhecimento do mundo com todo o seu sofrimento e a Libertação dele. Esse tipo de experiência é realista na vida de hoje?

Sebastian Gäb: O Buda disse que o caminho para a Iluminação é difícil e requer comprometimento total, muitas vezes através de vários renascimentos. Se você deseja alcançar a Iluminação rapidamente, pode colocar no modo turbo, por assim dizer, e retirar-se para uma vida ascética e monástica. Mas você também pode levar seus ensinamentos a sério na vida cotidiana e gradualmente se aproximar de seu objetivo – mesmo que o objetivo final, a sua Iluminação e o Nirvana, ainda possa estar longe e alcançá-lo possa se estender pelas próximas vidas.

Quais são as maiores diferenças entre uma visão “ocidental” da vida, na qual o Budismo é mais um estilo de vida, e a visão de mundo real?

Sebastian Gäb: No Ocidente, geralmente vemos a vida como algo único – ela começa no nascimento, termina na morte, e a vida é isso e apenas o que está no meio. O Budismo vê a vida atual como uma entre muitas, parte de um ciclo contínuo influenciado pelo kamma (carma) de vidas passadas. O que vivenciamos não é aleatório, mas causado por nossas ações feitas no passado.

Que mal-entendidos resultam desta relação?

Sebastian Gäb: Tendemos a escolher os aspectos do Budismo que melhor se adaptam à nossa realidade. Um exemplo é a meditação budista da Atenção Plena, que, de acordo com a compreensão ocidental moderna, tem como objetivo principal “fazer o bem”. De acordo com a ideia original do Buda, na verdade supõe-se que ele nos tire da ignorância e nos torne conscientes da realidade do sofrimento. Os textos budistas, por exemplo, recomendam a Meditação nos vários estágios (40 formas) e uma delas é a de decomposição do próprio corpo. A Meditação não tem como objetivo consertar tudo – pelo menos não imediatamente – mas sim conscientizá-lo dos lados negativos da vida, porque só assim eles podem ser superados, e de certa forma acalmar e equilibar a Mente.

O objetivo da meditação é tomar consciência dos Apegos do sofrimento: em algum momento você alcançará a iluminação e, finalmente, alcançará o Nirvana. Como esse conceito deve ser entendido?

Sebastian Gäb: Nirvana (ou Nibbana em Pali) é o estado em que o sofrimento termina e os renascimentos são interrompidos. O que significa além disso não pode ser expresso linguisticamente, como enfatizou o Buda. Nibbana não é apenas o fim do sofrimento, é um estado além da realidade comum – algo que só pode ser experimentado, mas não pode ser descrito. De acordo com o Buda, pode-se sentir o gostinho do Nirvana nos estágios mais profundos e intensos de Absorção Meditativa (jhanas), mas sem permanecer nesse estado permanentemente. O Nirvana final só pode ser alcançado com a morte do corpo.

Sebastian Gäb é professor de Filosofia da Religião na LMU (Ludwig Maximilian Unuiversity de Munique-Deutschland). A sua investigação centra-se na linguagem religiosa, no pluralismo religioso e na filosofia religiosa global, bem como na filosofia clássica chinesa e budista e na filosofia da morte e da imortalidade.

Sobre o seu Livro: Die Philosophie des Buddha

Uma introdução curta e acessível à filosofia do Buda. O livro traduz o pensamento do Buda nas formas conceituais da filosofia contemporânea e, assim, permite uma primeira introdução ao pensamento budista sem qualquer conhecimento prévio específico. Baseia-se em conceitos centrais da filosofia budista, como sofrimento, karma ou Nibbana, e utiliza esses conceitos para apresentar os fundamentos da filosofia budista. Mostra que as ideias centrais da filosofia budista podem ser compreendidas mesmo no século XXI e sem a ajuda de crenças religiosas. Exemplos da vida real e questões para discussão e reflexão adicionais proporcionam uma oportunidade para um maior envolvimento com o texto.

Conteúdo:

  1. Introdução: O Budismo como filosofia
  2. Dukkha: A origem do sofrimento
  3. Anatta: O EU como Ilusão
  4. Sila (moralidade): Ética e boa vida
  5. Jhana (estados): Meditação como prática de conhecimento
  6. Kamma: Karma, causalidade e renascimento
  7. Nibbana: Nibana e salvação
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