Buddha
Akkocchi mam avadhi mam ajini mam ahasi me ye ca tam upanayhanti veram tesam na sammati.
Akkocchi mam avadhi mam ajini mam ahasi me ye ca tam nupanayhanti veram tesupasammati.
“Verso 3”: “Ele abusou de mim, ele me maltratou, ele levou a melhor sobre mim, ele roubou meus pertences;”… a inimizade daqueles que abrigam tais pensamentos não pode ser apaziguada.
“Verso 4′”: “Ele abusou de mim, ele me maltratou, ele levou a melhor sobre mim, ele roubou meus pertences;”… a inimizade daqueles que não abrigam tais pensamentos pode ser apaziguada.
VERSOS 3 e 4 — Esse par de versos revela o princípio psicológico que é a base do controle emocional. A emoção é uma excitação do corpo que começa com um pensamento. Um pensamento cria uma figura mental que, se agarrada, faz surgir a emoção correspondente. Somente quando essa figura mental é descartada e não recebe atenção é que a emoção se apazigua. O conselho constante do Buda aos seus discípulos era para não retaliarem, mas praticarem a paciência em todas as ocasiões e lugares, mesmo quando provocados.
“A História de Thera Tissa”
Enquanto residia no monastério Jetavana em Sāvatthi, o Buda proferiu os versos (3) e (4) deste livro, com referência a Thera Tissa.
Tissa, era filho da tia materna do Buda, estava hospedado com o Buda. Ele se tornou um bhikkhu apenas na velhice, mas ele se passou por um bhikkhu sênior e ficou muito satisfeito quando os bhikkhus visitantes pediram sua permissão para fazer algum serviço para ele. Por outro lado, ele falhou em executar os deveres esperados dos bhikkhus juniores; além disso, ele frequentemente brigava com os bhikkhus mais jovens.
Se alguém o repreendesse por conta de seu comportamento, ele iria reclamar com o Buda, chorando, muito insatisfeito e muito chateado. Os outros também o seguiram até a presença do Buda. O Buda disse a eles para não abrigarem pensamentos de inimizade, pois a inimizade só poderia ser apaziguada não abrigando inimizade.
O Buda elogia aqueles que toleram as ofensas dos outros mesmo que eles tenham capacidade para retaliar. No próprio Dhammapada há várias ocasiões que mostram que o Buda praticava a paciência mesmo quando severamente criticado, abusado ou atacado. A paciência não é um sinal de fraqueza ou derrotismo, mas é uma infalível força dos grandes homens e mulheres. O segredo da paciência é mudar a figura mental ou como a situação é interpretada.
Um outro exemplo é dado no Shantideva Jātaka , onde o monge Shantideva era o Buda Gotama numa vida anterior. O monge continuou repetindo em pensamento “Longa vida ao rei e que ele esteja livre do mal” enquanto seus membros eram decepados até à sua morte por esse rei cruel que queria testar a sua paciência.